O discurso dos políticos de direita, especialmente figuras como o deputado Lúcio Mosquine, revela um preocupante nível de hipocrisia e desonestidade intelectual. Ao tratar a questão das queimadas na Amazônia e em Rondônia como uma responsabilidade exclusiva do governo federal atual, esses políticos ignoram deliberadamente o papel que eles próprios e o governo Bolsonaro desempenharam na construção desse cenário devastador.

É inegável que a Amazônia está em chamas, e Rondônia, um dos estados mais afetados, sofre as consequências de políticas que desmantelaram as leis ambientais e abriram espaço para o avanço descontrolado do agronegócio predatório. A frase "deixa a boiada passar", proferida pelo então ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles, sintetiza a abordagem negligente e destrutiva adotada pelo governo anterior. Essa política de terra arrasada facilitou a degradação ambiental, resultando nas queimadas que hoje devastam a floresta e colocam em risco a vida de milhões de brasileiros.

Ao fingir que essas chamas surgiram espontaneamente e que são uma novidade da atual gestão, políticos como Mosquine mostram-se dissimulados e vazios em seus argumentos. Suas falas não apenas desinformam, mas também tentam desviar a atenção de sua própria responsabilidade e da herança desastrosa deixada pelo governo que apoiaram.

A realidade é que o avanço do agronegócio sobre a floresta, incentivado pela flexibilização das leis ambientais, tem sido a principal causa das queimadas na Amazônia. E quem paga o preço dessa destruição são, em primeiro lugar, as populações mais vulneráveis. Os pobres, que dependem da terra e dos recursos naturais para sobreviver, são os que mais sofrem com a degradação ambiental. A fumaça das queimadas envenena o ar, a destruição das florestas agrava as mudanças climáticas, e a perda da biodiversidade compromete o futuro de todos nós.

O que se espera de um governo responsável e de uma classe política comprometida com o bem comum é a identificação e punição exemplar dos verdadeiros culpados. Não podemos mais tolerar discursos vazios e ações que apenas perpetuam a destruição. A natureza já está cobrando respostas urgentes, e se continuarmos nesse caminho, a conta será paga por todos, especialmente pelos mais pobres e indefesos.

A hora de agir é agora. Precisamos de políticas que protejam a Amazônia, preservem os recursos naturais e assegurem um futuro sustentável para as próximas gerações. E, para isso, é fundamental que todos nós, enquanto sociedade, cobremos responsabilidade daqueles que, em nome do progresso, colocaram em risco o maior patrimônio ambiental do Brasil e do mundo.

Édson Silveira

Vice-presidente estadual do PT/RO