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Crônica de Fim de Semana- O “Estupro" de Neymar - O "nacionalista" - Arimar Souza de Sá


Publicada em: 08/06/2019 18:40:08 - Atualizado

CRÔNICA DE FIM DE SEMANA
O “ESTUPRO” DE NEYMAR, O "NACIONALISTA"
- Arimar Souza de Sá

Nós, brasileiros, adoramos futebol. Tanto que no imaginário popular construímos ídolos como Zizinho, Garrincha, Pelé, Zico, Ronaldo fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivelino, Tostão, Romário e, já faz alguns anos, o Neymar Jr.

Neymar, garoto de dribles cortantes, caçado nos campos como um animal em fuga, mas que nas raias das quatro linhas, navega ao lado de Deuses dessa arte, como Pelé, Maradona, Ademir da Guia, Lionel Messi, entre outros, fazendo gols de placa e maravilhando multidões pelo mundo.

É desse ente, insigne majestade do mundo da bola, que vou me ocupar hoje, nesse espaço, com o fito de também dar um pitaco nesse episódio lamentável que ganhou o mundo, uma transa mal sucedida que virou caso de polícia.

Nesse passo, é bom que se faça justiça: Neymar é, acima de tudo, um nacionalista convicto: trocou o caviar e o champanhe francês, que poderia estar degustando no silêncio, pelo barulho do churrasco brasileiro, mas deu com os “burros n’água”. Vida que segue!

Se analisarmos friamente os fatos, vemos que o nó górdio da questão está na origem, na "formatação" dos craques. Senão, vejamos:

Descoberto o talento, a ênfase dada pelos cartolas é apenas de burilar os noviços descobertos para a arte da bola, deixando-os à mercê na arte da vida. Não há uma preocupação com a formação intelectual dos atletas. Eles entram na escolinha de futebol sem experiência e, como os soldados, são engajados nos exércitos para guerrear; moldam-se como os combatentes para a guerra e, muitas das vezes, sucumbem em meio às batalhas.

Triste! Não há, assim, uma liturgia de ensinamentos para a vida, senão para ser artilheiro da guerra futebolística. Não há, em absoluto, a preocupação com o atleta enquanto ser humano. A ideia é: "cria-se uma fera para os embates de 90 minutos com sucesso", sem levar em conta o seu arquétipo humano, de hormônios, relações e interesses familiares, planos de vida, etc.

De repente, chegam as idades e lá se vão os de 18, de 20 e 30 anos e a rotina é a mesma na concentração: esquema de jogo, transferências de um porto para outro, reuniões, importando sempre uma submissão invisível e insuportável à vitória.

Produtos nacionais dessa estirpe o Brasil já produziu muitos: de Mané Garrincha e sua Elza Soares, a Ronaldinho Gaúcho, nas intermináveis farras nos dias em que escapava, às vésperas do jogo, das apertadas correntes das concentrações. O que dizer de Romário?

Nessa atual fornada, quem não lembra de Ronaldo Fenômeno, com "seu" travesti nos bordeis do Rio de Janeiro e, agora, Neymar, ofuscado com o dinheiro, a fama e as luzes de Paris, a se encantar com os olhos azuis de uma “maria chuteira” brasileira, como escape da tragédia que o destino lhe impôs, como um servo de um maligno sistema de interesses econômicos e sociais: Econômicos, enquanto se registram as cifras que lhe são pagas como ídolo dos Estádios. Sociais, enquanto líder dos nossos jardins mitológicos dos gramados, das massas que se juntam em torno de si, pelo inconsciente coletivo do grito de gol.

O episódio com a jovem e esperta modelo, dir-se-ia em uma análise um pouco cínica dos fatos, não passa de um impulso juvenil do jovem e "poderoso" rapaz solteiro, macho na essência, isto é, um homem preenchido de hormônios até o “talo”, ungido de vaidade pelo seu próprio nível de percepção da riqueza, que vai em busca de uma mulher que lhe convém, mesmo que ela esteja no fim do mundo.

Essa força descomunal do sexo ultrapassa o raciocínio, o senso comum, submetendo o homem e seus valores à submissão do mais irrefreável dos desejos: A tentação.

Neymar e outros meninos, curvados à vergasta de um sistema futebolístico de resultado, fazem parte de um seleto grupo de alienados do sol - do grande sol que pertence aos homens, ricos, pobres, cegos, brancos, amarelos, mas que não pertence aos atletas de elite que, como os gladiadores de Roma, são utilizados apenas, a peso de ouro, para servirem aos espetáculos, ao grande "circo" onde as torcidas gritam seu nome diante do gol e das jogadas geniais, mas furiosa, aos urros, pede sua saída pela porta dos fundos quando ele "pisa na bola".

O gladiador matava o adversário na arena, o jogador mata o adversário fazendo gol, mas também pode morrer diante da torcida "justiceira".

Isto tudo para dizer que, do ponto de vista humano, não podemos julgar o menino Neymar, o Neymar do Paris Saint-Germain e da Seleção Brasileira, que tem peso de ouro como atleta, mas é frágil como uma folha seca ao vento, quando o assunto é um “rabo de saia”: uma ninfeta "made in Brazil", safada, sedutora, eloquente e tarada, quando oferece a maça do amor. Propagandeia que vale por quatro.

De qualquer sorte a acusação é grave, lamentável, e fragilizou o espírito do atleta, sendo esta, e não a contusão, o inequívoco motivo de ele estar impedido de disputar a Copa América.

Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Faz-se mister, portanto, que se entenda que isto faz parte do cotidiano de "homem e mulher", nesse espaço sem evangelização do mundo virtual, onde a distância converte-se, em um segundo, numa foto (nudes), no WhatsApp, no Instagram e no Facebook.

Que Deus se apiede dele e a imprensa possa livrá-lo do bombardeio, posto que os países se constroem com homens e livros, mas os heróis são formatados no inconsciente coletivo, como Neymar se fez.

Chega de destruir os heróis de nosso tempo, principalmente em nosso solo, onde os anti-heróis germinaram e germinam como gafanhotos em lavoura de milho, nos campos da corrupção brasileira.

Respeitemos o Craque, o nosso pequeno herói genial nos gramados, dando ao episódio apenas o registro de uma aventura malsucedida, posto que com a pessoa errada, no mundo do amor.

Afinal, caindo no campo ou tropeçando na fruta proibida, o moleque é bom de bola e fará falta na Copa América, deixando a esperança mais apodrecida, em todos nós brasileiros, de levantar o caneco e celebrar a vitória do futebol arte.

PAZ AO GAROTO, JUSTIÇA À EMBOSCADA!
AMÉM!


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