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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
CRÔNICA DE FIM DE SEMANA
FLAMENGO, NA APOTEOSE DO FUTEBOL MUNDIAL
- Arimar Souza de Sá
Desde priscas eras, já na Velha Grécia, o esporte sempre fora importante. Dir-se-ia: É uma espécie de divinização da humanidade, tendo como seu Deus mitológico, APOLO, o Deus da juventude e da luz.
A Grécia, também, fora o berço das Olimpíadas, tudo para dizer que o esporte está no homem, desde os tempos remotos, como o sangue para o coração.
Em essência, o esporte gera saúde, e é o elixir das grandes emoções. Não por menos que em Roma se estimulava os jovens para o esporte, tanto que uma frase restou célebre: “men sana in corpore sana”.
Falemos então de futebol: Diz à história que no século 19 os chineses, sob o domínio dos ingleses, inventaram o futebol. Foram eles que incrementaram este esporte, hoje, chamado - das multidões - e o disseminaram pelo mundo.
O Sport Clube Rio Grande, e que ainda se encontra em atividade nos pampas, foi o primeiro clube implantado no Brasil, para ser preciso em 19/07/1900.
Mas foi no Rio de Janeiro que este esporte desenvolveu o paroxismo de uma forma impressionante. Bangu, Fluminense, Botafogo, América, Vasco, Flamengo, no inicio elitizados, mas com o tempo se tornaram a porta de entrada dos negros neste esporte espetacular e aí surgiram Leonidas (o rei da bicicleta), Domingos da Guia, Arthur Friedenreic “El tigre”, Zizinho e tantos outros.
A nossa referência, no entanto, por várias décadas, foram os clubes cariocas, por isso, ainda somos tão flamenguistas, botafoguenses e vascaínos e aí nos lembramos de Garrincha, Didi, Ipojucam, canhoteiro, Bigode e Bauer. O futebol é isso, é o esporte preferido pelos brasileiros, uma “caixinha de surpresa”.
Quem nunca deu um chute numa bola? Qual brasileiro que não se sacode e grita ao assistir o matador de seu time consagrar o gol estufando a rede do adversário?
E fomos ao delírio com Pelé na copa de 1958 e 1962. Garrinchas e companheiros nos doaram novo caneco. Zico, o Dr. Sócrates, Toninho Cerezzo bem que poderiam ter nos ofertado um novo troféu, integrantes de sua seleção dos sonhos, mas o técnico não era Jesus.
Pelé foi novamente grandioso em 1970, mas havia outros músicos na orquestra como: Jairzinho, Rivelino, Tostão e o Capita, o nosso Carlos Alberto e Gerson (o canhotinha de ouro). Trouxemos novamente o caneco com atuações esplendorosas de Romário e Bebeto em 1994 e no Penta em 2002, com o brilho de Ronaldo o Fenômeno, fomos ao delírio.
Daí pra frente só levamos “taca”. O futebol Europeu cresceu e os craques do mundo migraram para a Itália, França, Inglaterra, Espanha e Alemanha. Perdemos a hegemonia, esquecemos as seleções de Dunga, Felipão e Tite e jamais nos esqueceremos do 7x1 no Mineirão!... Uma atrocidade, um desastre desses que destrói a própria alma do futebol arte.
Como em 1950, mergulhamos em silencio, e estamos sempre à espera de um novo Rei para novamente sentirmos o orgulho de ser o melhor futebol do mundo.
Mas, como se fosse um meteorito, eis que surge a nação rubro-negra para acender a chama apagada há algum tempo, com Jesus e seus discípulos trucidando adversários e moendo a cabeça dos técnicos.
Só a mão do destino poderia unir Jesus, Luzitano, Arrascaeta, Uruguaio, e dois brasileiros, Gabigol e Bruno Henrique. O "Maraca" novamente encheu e com um jogador a mais na arquibancada ( a torcida), o Flamengo ressurge das cinzas e num átimo se transformou no estandarte nacional do futebol. E até chegar a Copa América comeu o fígado, o baço e o rim, de todos seus rivais.
A ida de 25 mil flamenguistas para assistir ao jogo em Lima é a maior demonstração de amor a camisa vermelha e preta do Flamengo, mas, sobretudo, uma demonstração da brasilidade perante o concerto internacional do futebol.
O nosso grito em Lima foi o brado do homem brasileiro tão desvirginado de seu civismo pelos nefastos acontecimentos dos últimos tempos, quando viu os brasileiros dando um tranco nos "hermanos" argentinos sem dó nem piedade.
Por isso, precisamos esquecer por um tempo as rivalidades e “FLAMENGAR”, elevar o nosso brinquedo de estimação aos píncaros da gloria e que sejam: Zicos, Pelés, Gabigols, Dudus, Cebolinhas, Picachus, Pedrinhos, Bruno Henriques, Dani Alves, porque os nossos ídolos e as estrelas do céu, brilharão sempre em nossos gramados e, num grito, uníssono nos estádios ou fora deles, poderemos bradar: Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”!
Nesse diapasão, quem sabe até, se para melhorarmos outros setores, como economia, saúde, higiene, transportes, a gente não precisaria de outro Jesus, ainda que português... Importar é preciso. Inteligência, tecnologia, são os melhores produtos de importação.
Quedar-se na mesmice dos adversários derrotados ou despeitados porque perderam, derrete o nosso orgulho perante o mundo diante do que mais gostamos e vibramos: o futebol arte.
Por isso, da união inteligente de Jesus, Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique, reacendeu novamente a chama em nossos corações e se nos convencermos de que é boa a ventilação de novos conceitos, o Brasil voltará a brilhar na constelação do futebol mundial.
Aqui pra nós, sem ser ridiculamente sentimental, deve ser muito chato não ser flamengo.
Portanto, que haja outros Jesuses e que brilhem palmeirenses, botafoguenses, vascaínos, gremistas, cruzeirenses, afinal de contas, neste solo das Américas, onde tem um campeão, precisamos de mais gols para alegrar os nossos corações.
VAMOS ENTÃO FLAMENGAR, encher o pote e lavar o peritônio com moderação, mas exaltar nossa fé em Jesus e seus apóstolos, porque venceram com galhardia e dor, e sejamos felizes para sempre. Que venha o próximo...
Amém!