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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
Amávamos a terra e ouvíamos seus ensinamentos
Gorjeávamos com os pássaros, rituais de acasalamento
Inspiravamo-nos com a dadivosidade das árvores
E as acariciávamos fraternalmente
Dançávamos com a chuva o milagre do florescimento
e o desabrochar guerreiros de nossos rebentos
Solidários, ofertávamos os ombros cansados, porém ternos e amigos, refúgio das lágrimas doridas e do desabrigo
Na magia do lusco-fusco depois de apagada a longa vela do dia
Desnudávamos e revenreciávamos a beleza
etérea da lua
E a imensa boca da noite regurgitava o fascínio inatingível das estrelas
tremeluzindo o infinito nos olhos extasiados
dos bichos
E no final da jornada com o nossos corpos
alquebrados e nossas forças exauridas
Enterravámos nossos corações na curva do rio
e nossos espíritos gentios velejavam,
acalentados pelo explendor assombroso das
veredas da via Láctea...