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Mestra Maria Waldelice: A Tradição do Vale do Guaporé

Maria Waldelice é conhecida por produzir a chicha, bebida fermentada de origem indígena, há mais de cinco décadas.


Assessoria

Publicada em: 24/04/2021 11:09:11 - Atualizado


RONDÔNIA - A Mestra Maria Waldelice da Silva, também conhecida como Vovozona é de Guajará-Mirim e traz em suas veias ancestrais conhecimentos ligados aos rituais, festas tradicionais, cantos e danças na cidade de Guajará-Mirim – RO/Brasil e Guayaramerín do departamento do Bêni, na Bolívia, no Vale do Guaporé.

Valorizar esses saberes faz parte do projeto "Mestra Maria Waldelice: da Chicha ao Sagrado", contemplado com o Edital n.º 81/2020/SEJUCEL-CODEC - 1ª EDIÇÃO MESTRE ALUÍZIO GUEDES DO EDITAL DE PREMIAÇÃO PARA MESTRES E MESTRAS DA CULTURA POPULAR DE RONDÔNIA, NO EIXO I – TABELA B, através da Lei Federal 14017/2020 - Lei Aldir Blanc, Governo do Estado de Rondônia, FEDEC/RO e Governo Federal

Maria Waldelice, a chicha e o sagrado

Maria Waldelice é conhecida por produzir a chicha, bebida fermentada de origem indígena, há mais de cinco décadas. É celebrada também por sua devoção e o empenho no festejo em homenagem a festa de São Benedito, o Santo Negro, que já é tradição no município, idealizado por ela e pela comunidade de negros remanescentes do vale do Guaporé e Vila Bela da Santíssima Trindade.

A festa expressa e valoriza a cultura negra na amazônica, contribuindo, também, para a valorização da dança, especialmente do rasqueado, que é a atividade que encerra a festa do santo, durante toda a festa é servida a chicha, bebida oficial dos festejos em homenagem ao santo.

A Chicha é confeccionada a partir do milho e é servido como refresco, vendido em garrafas pets de 2 litros, para pessoas da cidade e de fora, na própria casa da Maria Waldelice.

Quem é Maria Waldelice?

Uma mulher negra, religiosa e devota de São Benedito e do Divino Espirito Santo. Assim é Maria Waldelice, uma guerreira e uma mestra na confecção da Chicha e na organização do festejo a São Benedito, o Santo dos Pretos, no Bairro de Santo Antônio, na Cidade de Guajará-Mirim, no Estado de Rondônia. Nasceu em Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso, em 06 de março de 1949, vindo para Guajará-Mirim, ainda criança, na década de 50.

"Quando estou dançando rasqueado tudo passa e tudo para, não há ansiedade, não há dor de cabeça e não há problemas... tudo é alegria e tudo é festa".

Generosa e contadora das histórias ancestrais, reúne ao seu redor homens e mulheres que buscam saber mais sobre suas origens, sendo de vital importância para a transmissão de saberes em sua comunidade.


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