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CRÔNICA DE FIM DE SEMANA: ​AS ONÇAS E AS GORDURAS – Por Arimar Souza de Sá


Rondonoticias

Publicada em: 04/03/2018 08:47:16 - Atualizado

AS ONÇAS E AS GORDURAS – Por Arimar Souza de Sá

Vamos caçar as onças? A bezerrada está gorda e elas têm atacado cruelmente o curral. Vamos caçar as onças? Suas pegadas estão perto daqui.

Na mata, no coração da floresta, ainda encontramos as predadoras que, na sutil pisada sobre as folhas, chegam até a caça preferida e jaz no barreiro – pulam sobre as prendas preferidas e saciam-se de carne e sangue até o anoitecer. Por isso, nesta temporada propícia, vamos caçar as onças: pretas, rajadas e vermelhas.

Nas cidades, elas, as predadoras, vão inexoravelmente dessangrando o erário, a merenda escolar, o dinheiro das pontes e as engrenagens do orçamento nacional.

Por isso, de garrucha e punhal, vamos caçar as onças do asfalto, de olho nos olhos delas, de longe, mas vamos caçá-las com gosto de sangue na boca.

Aliás, um dia desses me falaram de uma sucuri de 14 metros comendo onças, achei bacana. Dizem que ela está num parque lá para os confins do Amazonas. Vamos treiná-la para comer onças do asfalto? Elas estão bem nutridas. Depois do treino, vamos acompanhá-la na frenética caça as onças do resto das cidades.

Primeiro, como ela, a onça, gosta de água, vamos colocá-la no laguinho artificial ao lado dos prédios das casas legislativas (Senado e Câmara). Depois, vamos orientá-la a comer as onças, de preferência as mais velhas. Eu, pessoalmente, gostaria que comesse as mais gordas e tu meu amigo caçador de onça, qual seria tua preferência? Fala. Não fica mudo. Tu também és um caçador. Não vais escolher pelo amor de Deus o Tiririca, oncinha de “merda” que não urra ou medo faz, senão palhaçadas para bobo rir.

Não! Não! Não vou sugerir! Tu quem escolhes. Cuidado que tem muita onça esperta que pode engolir a nossa sucuri amazonense. Eu mesmo conheço uma velha onça que está devorando devagarzinho um prefeito do meu estado.

Uma vez, é bom registrar, essa onça andou levando um tiro de “chumbeira”, mas como não foi em lugar mortal, ela sobreviveu e, hoje, está mais gorda do que nunca e com apetite dobrado, dizem até que já andou devorando merenda de vigilante.

São “artinhosas” essas onças velhas. Sabem até se segurar-se em galhos secos quando as correntes dos ventos sopram do Rio Madeira para a terra.

Onça que se preze, sabe que nas prefeituras têm muita gordura e elas ficam “vigilantes”. No congresso, nem se diga. Orçamento para construção de estádios, de desvio de rios, dinheiro para compra de outras “Passadinas”. Verbas para educação, não! Onça não come palavras. Saúde, nem se fala. Pobre tem que morrer para servir de prato aos urubus, onça gosta de carne fresca, sangue e muita gordura. Cruz credo!

E por falar em onça gorda e solta, onde anda a justiça? ‘Num “tar”’ de prende e solta que não põe no cercado aquelas antigas que não param de engordar batendo pernas pelos gabinetes?

Onça não “dá sopa” mesmo! Acharam outro dia, num quarto em Salvador, uma bolada. De quem é a bolada? Onça não come dinheiro. Será a onça do Gedel. Deus me livre! Onça de asfalto come.

O macho da onça deve ser onça macho, ou quem sabe o “onço”. E para que “onço”, quer apartamento em Guarujá, sítio em Atibaia? Atibaia, sim, tem selva, tem bicho para comer, mas Guarujá lá não tem bicho nem sangue. Cala-te boca!

Agora no período eleitoral, muitas onças estão famintas, querem o pasto do Alvorada, até aquela velha onça amiga do PC Farias anda se assanhando querendo comer as pequenas garças do lago Paranoá que fica ali pertinho. Pior, quer voar novamente nos jatos da FAB e comer lagartixa na selva amazônica.

Rosna, também, uma onça velha, de farda, lá do Rio de Janeiro. Quem vai pegar essa onda furada?

De certo, outras onças sairão da jaula à caça de votos, Ciro, Marina, Alckmin, quem sabe Cristóvão e vai por aí.

É isso! Gordura, antes só atraía os bichos da mata, agora das cidades. Brasília entre prédios e bosques tem muita gordura e os bichos estão famintos.

Em Rondônia tem onça gorda bebendo água debaixo da ponte. Hermínio andou atirando “numa”.

Mas a velha onça, a devoradora de prefeitos, anda da sala para a cozinha em busca de sua próxima vítima. Ela é esperta e onde está tem sempre gordura e sangue para se saciar. E come, sem caçador à vista!

Amém.


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