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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
PORTO VELHO - RO - Trilhos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), patrimônio histórico de Rondônia, estão sendo usados como "barreira de proteção" em uma calçada localizada na região central de Porto Velho. De acordo com associações de ferroviários e órgãos competentes, os atos de vandalismo da EFMM são constantes.
As marcações das peças cimentadas na calçada, mostram que os objetos foram fabricados em 1908.
Borracha, ferro, suor e sangue:https://g1.globo.com/ro/rondon...
A Associação de Ferroviários de Rondônia relatou à Rede Amazônica que protocolou uma denúncia sobre a situação no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e aguarda uma resposta.
"A EFMM é um bem tombado e nós temos que proteger e cuidar desse patrimônio histórico", aponta George Teles, presidente da associação.
Segundo o Iphan, "infelizmente ações de vandalismo são recorrentes na EFMM". Em casos como este, quando recebem uma denúncia, o instituto vai pessoalmente ao local averiguar a situação e encaminha o caso para a Polícia Federal.
Enquanto episódios de vandalismo são registrados na EFMM, existem também as pessoas que lutam pela preservação do patrimônio e reativação das ferrovias.
A Associação Rondoniense de Preservação da ferrovia, por exemplo, iniciou um mutirão de limpeza no trecho que corresponde a uma comunidade distante 20 km da zona urbana de Porto Velho.
Nas imagens registradas por participantes do mutirão, é possível perceber que os trilhos estão quase completamente cobertos por mato, terra ou lixo. Além disso, também existem várias outras peças da ferrovia abandonadas pelo local. Para participar do mutirão, basta entrar em contato com a associação através das redes sociais.
A construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré teve início várias vezes, mas sempre era cancelada. Somente entre 1907 e 1912 o projeto obteve resultado. A ferrovia deu origem à História da região, principalmente da capital Porto Velho.
A obra demandou a contratação de milhares de trabalhadores de pelo menos 50 nacionalidades diferentes. A ferrovia foi criada para escoar a borracha do Brasil para a Bolívia.
As peças da EFMM foram tombadas como patrimônio histórico de Rondônia há décadas e hoje valem muito mais do que os contos de réis que custaram na época.