Fundado em 11/10/2001
porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
BRASIL- O Senado voltou a expor uma das 14 obras de arte depredadas em ato golpista realizado no dia 8 de janeiro. É a tela Trigal na Serra, do artista Guido Mondin, de 1967.
Feita em acrílico sobre eucatex (chapa de fibra de madeira), a pintura mede 92 por 112 centímetros. A obra foi encontrada no chão, fora da moldura, encharcada e empenada pela umidade após os terroristas acionaram mangueiras de combate ao incêndio.
“A gente cuida de todas as obras da Casa com muito carinho. Quando percebi o estado em que ela estava, foi chocante. É de arrepiar. Mas, quando terminei o trabalho de restauração, foi uma alegria no laboratório. Ela ficou linda de novo, está perfeita!”, contou Nonato Nascimento, conservador do Laboratório de Restauração do Senado, para a Agência Senado.
A obra já estava com fungos quando Nonato começou seu trabalho. Além disso, a tela foi danificada com arranhões provocados por fragmentos de vidros quebrados.
“Borrifei uma mistura de álcool e água no fundo da tela, onde estava a maior parte dos fungos. Removi os esporos com um aspirador e uma escova macia. Coloquei a tela entre papéis mata-borrão para retirar a umidade e, depois, em uma prensa para planificar. Fiz a reintegração cromática nos locais onde houve danos e perda de policromia”, explicou o conservador.
Guido Mondin nasceu em 1912, em Porto Alegre (RS), e foi senador. Ele doou vários de seus quadros ao Senado. O pintor produziu mais de 4 mil telas. A temática das pinturas passava pelo cotidiano do povo gaúcho, a Revolução Farroupilha e principalmente cenários religiosos.