• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, sábado 19 de abril de 2025

Dólar dispara, bate R$ 6,20 e integrantes do governo Lula começam a se desesperar

Autarquia fez uma nova intervenção e vendeu US$ 1,272 bilhão à vista; moeda caminha para novo recorde


cnn

Publicada em: 17/12/2024 11:55:18 - Atualizado

O dólar tinha alta na sessão desta terça-feira (17) e alcançou o patamar de R$ 6,15, enquanto o Ibovespa subia, após o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgar ata em que indica a deterioração das expectativas de inflação e o aumento da atividade econômica, mesmo em um cenário de política monetária contracionista.

Com a alta da moeda, a autarquia fez uma nova intervenção e vendeu US$ 1,272 bilhão à vista, aceitando sete propostas com uma taxa de R$ 6,1005 por dólar, em leilão realizado entre às 9h36 e 9h41.

Ás 12h16, o dólar à vista subia 0,89%, a R$ 6,2027 na venda.

No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 0,29%, a 123.985,39 pontos.

Na manhã desta terça, o Copom divulgou a ata da última reunião e informou que a alta do dólar e a percepção dos agentes sobre o pacote fiscal influenciaram a alta da taxa básica de juros em 1 ponto percentual.

“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, diz a ata.

“Acho que ficou clara, mais uma vez, a transmissão de um ‘recado’ do BC ao governo, dizendo que as políticas devem ser previsíveis e anticíclicas, além de uma crítica velada a política de gastos públicos”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

No cenário externo, os mercados aguardam a decisão do Federal Reserve na quarta-feira, em que se espera amplamente uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. O foco será a divulgação das projeções das autoridades para os movimentos do próximo ano.

No cenário doméstico, investidores acompanham a votação da regulamentação da reforma tributária na Câmara, que está marcada para às 14h00.

Temor fiscal

O cenário fiscal era justamente o foco do pessimismo dos investidores nesta sessão, com eles temendo a possibilidade de o governo não conseguir a aprovação de suas medidas de contenção de gastos até o fim do ano, uma vez que os parlamentares têm até sexta-feira para votá-las devido ao recesso.

Entre os principais obstáculos na tramitação do pacote fiscal estão a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das articulações, à medida que se recupera de uma cirurgia em São Paulo, e a questão do pagamento de emendas parlamentares, com investidores apostando que ambos devem travar as medidas.

“Atualmente, o que fortalece tendência de valorização da moeda norte-americana frente ao real é a grande expectativa do mercado para a votação do pacote de corte de gastos”, disse João Duarte, sócio da One Investimentos.



Fale conosco