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porto velho, terça-feira 4 de fevereiro de 2025
Embora o temor de uma guerra comercial entre as maiores potências econômicas do mundo tenha, definitivamente, entrado no radar do mercado, o dólar operava em baixa nesta terça-feira (4/2), após 11 quedas consecutivas.
Os investidores esboçam menos cautela após o recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chegou a anunciar um "tarifaço" contra Canadá, México e China, mas aceitou adiar a imposição de novas tarifas pelo menos nos casos canadense e mexicano.
Apesar do maior otimismo, há forte preocupação sobre as consequências da imposição de tarifas adicionais, por parte da China, contra produtos dos EUA, em retaliação a Trump, o que abre caminho para uma guerra comercial entre os dois países.
O que aconteceu
* Por volta das 13h50, a moeda americana recuava 0,95%, cotada a R$ 5,76.
* Às 13h45, o dólar era negociado a R$ 5,759.
* Na cotação mínima do dia até aqui, a moeda chegou a R$ 5,757, menor valor desde novembro.
* Às 9h47, após alternar perdas e ganhos, a moeda dos EUA caía 0,13%, a R$ 5,81, ainda próximo da estabilidade.
* Às 9h18, pouco depois da abertura da sessão, o dólar operava estável e era negociado a R$ 5,815.
* Na véspera, o dólar recuou 0,38%, cotado a R$ 5,815 na venda.
* Com o resultado, a moeda acumula baixa de 0,38% na semana e no mês e de 5,9% em 2025.
Guerra comercial EUA x China
Os mercados repercutem nesta terça-feira o anúncio feito pelo governo chinês de que vai impor tarifas adicionais de 15% sobre a importação de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo e maquinário agrícola dos EUA.
Segundo Pequim, as novas tarifas entrarão em vigor na semana que vem.
A medida foi tomada depois de o governo Trump anunciar tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses, além de 25% para as importações de Canadá e México.
No caso da decisão envolvendo canadenses e mexicanos, Trump recuou após negociação com o primeiro-ministro Justin Trudeau (Canadá) e a presidente Claudia Sheinbaum (México). As medidas foram adiadas por 1 mês.
Ata do Copom
Além da preocupação com a guerra comercial, o mercado também observa com atenção o cenário doméstico.
No ambiente local, o destaque é a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).
No documento, o colegiado afirma que o cenário de inflação segue "adverso", principalmente no curto prazo. O Copom destaca que os preços de alimentos aumentaram de forma significativa em função, entre outros fatores, da estiagem e da elevação de preços das carnes, afetados pelo ciclo do boi.
Para o comitê, o aumento "tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira".
Sobre a política econômica, o BC afirmou que o comitê "manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas". "Em particular, o debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas", diz trecho da ata.
"No período recente, a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida seguiu impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes", prossegue o Copom.
O órgão reforçou ainda a necessidade de ampliar o esforço de "reformas estruturais e disciplina fiscal". Caso contrário, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o "potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade".
Na semana passada, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano.
No ano passado, a taxa de juros fechou em 12,25% ao ano — voltando ao mesmo percentual de novembro de 2023.
O mercado financeiro estima que a Selic ficará em 15% ao ano até o fim de 2025, segundo o relatório Focus, do BC. Para os analistas, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá estourar o teto da meta novamente neste ano, ficando em 5,51%.
Ibovespa
O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em forte queda nesta terça-feira.
Por volta das 11h30, o índice recuava 0,92%, aos 124,8 mil pontos.
Nessa segunda-feira (3/2), o indicador fechou o pregão em queda de 0,13%, aos 125,9 mil pontos.
Mesmo com o resultado, o Ibovespa acumula ganhos de 4,73% em 2025.