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porto velho, sexta-feira 21 de fevereiro de 2025
O dólar à vista fechou em alta ante o real nesta quarta-feira (19), à medida que investidores avaliam os efeitos das novas promessas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e digerem a divulgação da ata da reunião de janeiro do Federal Reserve.
No fim da sessão, a moeda norte-americana registrou ganhos de 0,65%, a R$ 5,7258 na venda. Na terça-feira (18), o dólar à vista fechou em baixa de 0,42%, a R$ 5,6887 – menor cotação de fechamento desde 7 de novembro de 2024.
Já o Ibovespa, referência do mercado acionário nacional, encerrou o pregão em queda de 0,95%, a 127.308,80 pontos, após marcar 128.528,28 pontos na máxima e 127.028,24 pontos na mínima do dia.
A sessão desta quarta-feira é novamente marcada por uma agenda vazia no Brasil, o que deve levar os investidores a voltarem suas atenções para o exterior, em busca de notícias sobre o novo governo dos EUA e em relação à trajetória da taxa de juros do Fed.
Tarifas de Trump
Trump disse na véspera que pretende impor tarifas sobre automóveis de “em torno de 25%” e taxas de importações semelhantes sobre semicondutores e produtos farmacêuticos, na mais recente de uma série de medidas que ameaçam abalar o comércio internacional.
Na última sexta-feira (14), ele já havia dito que as tarifas sobre automóveis serão aplicadas em 2 de abril, um dia depois de sua equipe econômica entregar relatórios com opções para uma série de tarifas recíprocas. Trump não forneceu uma data para o anúncio das outras medidas.
Diferente das semanas que sucederam a vitória eleitoral de Trump, quando suas ameaças tarifárias provocaram grande volatilidade nos mercados globais, o anúncio da véspera pouco alterava a precificação de ativos ao redor do mundo.
Isso ocorre porque os agentes financeiros têm cada vez mais interpretado que os planos tarifários de Trump são mais uma tática de negociação do que ameaças reais, o que segura movimentos maiores até que as tarifas de fato entrem em vigor.
Desde que tomou posse, a única medida comercial de Trump ativada até o momento foi a tarifa de 10% sobre importações da China, com outras medidas sendo adiadas ou ainda distantes da data planejada para a entrada em vigor, o que abre espaço para negociações.
“Nesse momento, os mercados não reagem com uma aversão ao risco, com uma busca pelo dólar, como seria se fosse uma tarifa imediata, porém a gente não pode descartar a possibilidade disso entrar em vigor daqui a algumas semanas ou meses”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
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Ata do Fed
As propostas iniciais de políticas do presidente norte-americano, Donald Trump, geraram preocupação no Federal Reserve com o aumento da inflação, com empresas dizendo ao banco central dos Estados Unidos que, em geral, esperam aumentar os preços para repassar aos consumidores os custos das tarifas de importação, disseram formuladores de política monetária em uma reunião realizada cerca de uma semana após a posse de Trump em 20 de janeiro.
Os participantes da reunião de política monetária de 28 e 29 de janeiro do banco central “no geral apontaram riscos de alta para as perspectivas de inflação”, em vez de riscos para o mercado de trabalho, de acordo com a ata do encontro divulgada nesta quarta-feira.
Apesar de ainda acreditarem que as pressões sobre os preços continuarão a diminuir, “outros fatores foram citados como tendo o potencial de dificultar o processo de desinflação”, diz a ata, incluindo o fato de que “contatos comerciais em vários distritos (do Fed) indicaram que empresas devem tentar repassar aos consumidores os custos mais altos de insumos decorrentes de possíveis tarifas”.