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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
BRASIL - O setor de TI (tecnologia de informação), que representa a base do processo de digitalização de todos os outros segmentos, deverá empregar 2,06 milhões de pessoas em 10 anos, sendo 779 mil em 12 profissões emergentes.
Os dados são do estudo Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde, realizado pela GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional) em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o NEO (Núcleo de Engenharia Organizacional) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
A pesquisa identifica tendências e 12 profissões emergentes no curto, médio e longo prazos na área de software e TI. Além disso, alerta para as vantagens da formação profissional para o setor.
No aspecto social, destaca-se a rápida inserção no mercado de trabalho, com cursos de curta duração e online, mais acessíveis.
A formação de programador, por exemplo, que leva em média seis meses, consegue transformar uma pessoa com ensino médio básico, que ganharia apenas um salário mínimo, em um profissional com salário de R$ 2,5 a R$ 4 mil iniciais.
O estudo prevê que o mercado também deve crescer por questões ambientais, já que a digitalização das atividades econômicas pode reduzir a emissão total de gases de efeito estufa.
Por outro lado, um único curso técnico ou universitário não é capaz de preparar os profissionais no nível de profundidade necessário para cargos superiores, como especialista em cloud ou engenheiro de software.
Veja a lista de profissões emergentes elencadas pelo estudo:
Programador/Coder
Cientista de Dados
Analista de cibersegurança
Gestor de mídias sociais
Engenheiro de software
Especialista de blockchain
Programador de jogos digitais
Especialista em cloud
Especialista em inteligência artificial
Programador multimídia
Desenvolvedor de sistemas
Engenheiro de banco de dados
O estudo analisou ainda as lacunas entre a necessidade de novos profissionais no setor e a geração de vagas. Nos cenários de 2, 5 e 10 anos, a demanda é sempre maior que a de novos profissionais disponíveis.
Na análise para os próximos 2 anos, a demanda será de 140,3 mil novos profissionais contra 109,3 mil que devem entrar no mercado, (uma lacuna de 22%). Em cinco anos, a demanda será de 421 mil, contra 273,3 mil egressos (intervalo de 35%) e, em 10 anos, demanda de 779 mil versus 545 novos profissionais - lacuna de 30%.
O diretor do NEO, Alejandro G. Frank, considera importante apostar na imediata formação e requalificação de profissionais; investir na formação de professores, na atualização constante dos currículos e na criação de novos cursos; incentivar a interdisciplinaridade; e desenvolver políticas de inclusão digital a médio prazo.
“Para longo prazo, é importante criar um plano de atualização dos cursos no Brasil, aproximar o estudante do ensino médio da formação técnica e aumentar a oferta de cursos e de capacitação de professores em áreas menos favorecidas do país”, observa Frank.
Entre as três profissões de destaque do setor – programador, cientista de dados e analista de cibersegurança – o analista de cibersegurança é o que tem maior lacuna entre a projeção de profissionais formados e a demanda do mercado de trabalho. Nos próximos 10 anos, o país deve ter 15,2 mil profissionais de segurança cibernética, enquanto a demanda será de 83 mil, uma lacuna de 81,7%.