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    porto velho, sábado 27 de abril de 2024

Inflação do aluguel cai 0,7% em agosto, mas alta é de 7,63% no ano, firma FGV

Queda foi influenciada pela redução nos preços dos combustíveis e das passagens aéreas, o que teve impacto positivo na economia


R7

Publicada em: 30/08/2022 08:44:30 - Atualizado

BRASIL: O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), responsável pelo reajuste da maioria dos contratos de aluguel vigentes no Brasil, caiu 0,70% em agosto, após alta de 0,21% no mês anterior, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (30) pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Com este resultado, o índice acumula alta de 7,63% no ano e de 8,59% em 12 meses. Em agosto de 2021, o IGP-M havia subido 0,66% e acumulava alta de 31,12% em 12 meses.

Para o economista André Braz, coordenador dos índices de preços da fundação, a redução do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) e dos preços dos combustíveis fósseis nas refinarias exerceram influência expressiva nos resultados do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) e do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que tiveram taxas negativas em agosto.

"No índice ao produtor, as quedas nos preços da gasolina (de 4,47% para -8,23%) e do diesel (de 12,68% para -2,97%) ajudaram a ampliar o recuo da taxa do IGP-M. Já no âmbito do consumidor, passagens aéreas (de -5,20% para -17,32%) e etanol (de -9,41% para -9,90%) também contribuíram para o arrefecimento da inflação”, analisa.

O IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

Para o cálculo do índice de agosto, foram comparados os preços coletados entre 21 de julho e 20 de agosto de 2022 (período de referência) com os preços coletados entre 21 de junho a 20 de julho de 2022 (período base).

Outros índices que influenciaram a queda

O IPA caiu 0,71% em agosto, depois de variar 0,21% em julho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais teve queda de 0,73% no mês. Em julho, a taxa do grupo havia sido de 0,69%. A principal contribuição para esse resultado foi do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 2,39% para -6,38%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou -0,12% em agosto, ante 0,81% no mês anterior.

O IPC, também citado por Braz em sua análise, caiu 1,18% em agosto, depois de ter diminuído 0,28% em julho. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Transportes (-2,42% para -4,84%). Nessa classe de despesa, a taxa do item gasolina passou de -7,26% em julho para -15,14% em agosto.

Ainda apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,86% para -3,07%), Alimentação (1,47% para 0,44%), Comunicação (-0,16% para -0,83%), Vestuário (0,73% para 0,20%) e Habitação (-0,30% para -0,31%). Foram relevantes nessas classes de despesa os seguintes itens: passagem aérea (de -5,20% para -17,32%), laticínios (de 11,16% para 6,45%), tarifa de telefone móvel (de -0,04% para -2,40%), calçados (de 0,94% para -0,17%) e equipamentos eletrônicos (de 0,38% para -0,41%).

Em contrapartida, os grupos Saúde e Cuidados pessoais (de 0,29% para 0,67%) e Despesas diversas (de 0,26% para 0,36%) registraram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: artigos de higiene e cuidado pessoal (de -1,43% para 1,07%) e cigarros (de 1,54% para 2,55%).


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