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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
BRASIL- O ano de 2022 contou com grandes eventos que marcaram a população brasileira, como as eleições e a Copa do Mundo. A economia também foi determinante para a vida dos brasileiros, e um exemplo disso é que, no último ano, a busca pela palavra inflação no Brasil aumentou 110%, de acordo com o Google Trends.
Não à toa, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação no Brasil, começou o ano alta e seguiu acelerando repetidamente e batendo marcas históricas. Outro movimento marcante foi o aumento da Selic, taxa básica de juros da economia, que chegou ao maior percentual desde janeiro de 2017. Mas nem só as más notícias marcaram a economia em 2022. O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou consecutivos resultados positivos ao longo dos trimestres, benefícios sociais foram ampliados para favorecer a população endividada no Brasil e a gasolina, que começou o ano com o preço próximo a R$ 8, irá terminar por volta de R$ 5. Entre flutuações e incertezas, o Brasil segue como uma das dez maiores economias mundiais. Confira abaixo a retrospectiva da Jovem Pan sobre os principais acontecimentos da economia neste ano.
Durante 2022, a população brasileira viu a taxa básica de juros da economia, a Selic chegar quase ao dobro. Ela começou o ano sendo cotada a 9,15% ao ano. Nos meses seguintes, o percentual foi progredindo para 10,65%, depois 11,65%, subindo mais uma vez para 12,65% e novamente para 13,15%. Em agosto, a Selic foi reajustada para 13,65%, patamar em que permanece até o momento. O aumento fez com que a taxa chegasse ao maior valor desde janeiro de 2017, após alcançar a 12ª alta consecutiva. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou o ciclo de altas da taxa em março de 2021, quando a Selic era de apenas 2% ao ano, como forma de combate à inflação. Todas as atas produzidas sobre o aumento da Selic citam muita volatilidade no mercado e diversas pressões inflacionárias seguem, como o cenário exterior e a incerteza sobre a parte fiscal do país. Esse movimento fez com que a população que precisa de crédito — seja para empréstimo ou financiamentos — pagar mais caro para ter acesso a estes serviços.
Outro aumento que impactou o bolso do consumidor em 2022 foi o da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) começou o ano com alta de 0,54% ante avanço de 0,73% em dezembro. Apesar da perda de fôlego, é o maior registro para o primeiro mês do ano desde 2016. A inflação voltou a acelerar em fevereiro, ao registrar alta de 1,01%. Foi o maior registro para o mês desde 2015, quando foi a 1,22%. Em março, novamente ganhou força ao registrar alta de 1,62%. Foi o maior registro para o mês desde 1994, quando foi a 42,75%, no período que antecedeu o Plano Real.
Em abril, nova alta de 1,06%, a maior para o mês em 26 anos. Em maio, houve uma desaceleração, e a inflação cresceu 0,47%. Essa foi a menor variação mensal da inflação desde abril de 2021, quando ficou em 0,31%. Os meses seguintes representaram baixas para o crescimento do IPCA. Em outubro, houve um aumento de 0,59% e encerrou uma sequência de três meses de deflações consecutivas. Em julho, agosto e setembro, as variações foram de -0,68%, -0,36% e -0,29%, respectivamente. A taxa mostrou desaceleração em relação a outubro de 2021, quando o índice ficou em 1,25%. Em novembro, subiu 0,41%. A inflação acumulada em 2022 chegou a 5,13%. Já a soma dos últimos 12 meses ficou em 5,9%, abaixo dos 6,47% registrados nos meses anteriores e sendo a menor taxa desde fevereiro de 2021, quando a soma chegou a 5,2%.
O preço da gasolina passou por bastante volatilidade em 2022. Logo nos primeiros dias de janeiro, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) anunciou que o preço da gasolina caiu 1,7% com valores variando de R$ 6,70 a R$ 6,90. Já em junho, o preço chegou a uma média de R$ 7,28, com alguns postos de municípios da Bahia registrando valores superiores a R$ 8. Em julho, o preço registrou queda após a diminuição no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro da gasolina foi de R$ 7,39 para R$ 7, 127 — uma diminuição de 3,55%. O maior valor encontrado na comercialização da gasolina foi de R$ 8,89. No final do mês, o cenário já era bem diferente. O valor do litro caiu 2,9%, com um preço médio de R$ 5,89.
O mais caro, R$ 7,75, foi encontrado em Altamira, no Pará. Já o mais barato, a R$ 5,09, era vendido em Passos, em Minas Gerais. Em agosto, os preços dos combustíveis voltaram a cair novamente, recuando 2,8%, o que representou uma queda de R$ 5,40 para R$ 5,25. Até então, este era o menor peço desde janeiro de 2021, quando o combustível estava na casa dos R$ 5,17. Em setembro, veio uma nova queda, e o preço médio do litro da gasolina nos postos ficou abaixo de R$ 5. O valor não era registrado desde fevereiro de 2021. De R$ 5,04, o preço foi para R$ 4,97. Em outubro, o valor voltou a subir após três meses e meio de quedas. O litro foi de R$ 4,86 para R$ 4,91. O movimentou continuou em novembro e a gasolina foi a R$ 5,05. Em 16 de dezembro, o preço médio voltou a ficar abaixo dos R$ 5, custando R$ 4,94.
A economia brasileira avançou 4,6% em 2021 e superou as perdas causadas pela pandemia da Covid-19. Este foi o melhor desempenho para as atividades econômicas desde 2010, quando houve crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado supera o tombo de 3,9% registrado em 2020 com os impactos positivos da vacinação contra o novo coronavírus na retomada da economia.
No ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 8,7 trilhões. Durante o ano, o Brasil continuou apresentando dados positivos. No primeiro trimestre, cresceu 1% na comparação com os três últimos meses de 2021. Com o resultado, o valor chegou a R$ 2,249 trilhões. Já no segundo trimestre, o crescimento foi de 1,2%, consolidando o quarto resultado positivo consecutivo do indicador após recuo de 0,3% no segundo trimestre do ano passado. O resultado faz o PIB avançar 2,5% no primeiro semestre de 2022. A atividade econômica do país ficou 3,0% acima do patamar pré-pandemia e atingiu o segundo patamar mais alto da série, atrás apenas do alcançado no primeiro trimestre de 2014.
O crescimento no segundo trimestre de 2022 foi provocado principalmente pela alta de 1,3% no setor de serviços. Novamente no terceiro semestre, o PIB cresceu 0,4%, marcando o quinto trimestre de alta consecutiva do índice, que em valores correntes totalizou R$ 2,544 trilhões. Esse é o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. Em comparação com o mesmo período de 2021, o aumento foi de 3,6% e o acumulado do ano foi de 3,2%. Com bons números em sequência, a expectativa do governo federal é de fechar o ano com uma alta de 2,7% As instituições financeiras também se mostram mais otimistas, com uma expectativa de 3,05% de alta neste ano, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central.
Aumento no Auxílio Brasil e saques do FGTS
Com um grande percentual de brasileiros endividados, o governo federal adotou medidas para oferecer mais poder econômico à população. Originalmente cotado a R$ 400 mensais, o Auxílio Brasil passou a oferecer R$ 600 por mês em agosto. No mesmo mês, o governo adiantou os pagamentos do benefício. Para caminhoneiros e taxistas, um adicional de R$ 1 mil também foi disponibilizado. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro aprovou uma lei que permite a contratação de empréstimos consignados por pessoas que são beneficiários de programas de transferência de renda do governo, como o Auxílio Brasil.
O texto definiu o limite de até 40% do valor recebido por meio do programa assistencial poder ser empregado para pagar os empréstimos e os beneficiários dos programas poderão autorizar a União a descontar dos repasses mensais os valores referentes ao pagamento de empréstimos e financiamentos. Outra medida disponibilizada pelo governo foi o saque extraordinário de R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os trabalhadores com saldo puderam retirar o montante ao longo do ano.