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porto velho, sábado 21 de dezembro de 2024
Uma quadrilha atraiu para um esquema que prometia lucros de até 8% famosos como os atores Juliana Paes e Murilo Rosa, além de jogadores de um time de futebol fluminense.
Os criminosos repassavam, nos primeiros meses, algum retorno financeiro às vítimas, para conferir alguma credibilidade ao negócio e fazer com que as vítimas trouxessem novos interessados ao esquema.
O golpe foi investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo e ocorreu em 2017. A investigação começou em 2019, e quatro pessoas acusadas do crime se tornaram rés.
Entenda como funcionava o esquema dos estelionatários:
Em maio deste ano, quatro pessoas se tornaram rés por estelionato e associação criminosa. Dois dos integrantes do esquema tiveram a prisão temporária decretada também em maio, mas foram soltos cinco dias depois. Eles prestaram depoimento e negaram o esquema.
"Eles pagavam para as vítimas, durante certo tempo, alguns meses, o lucro sobre o rendimento, fazendo com que as pessoas acreditassem que era verdadeiro o investimento e trouxessem, assim, mais pessoas", afirmou a promotora Celeste Leite Santos, responsável pelo caso.
Para ela, o golpe se transformou em uma espécie de pirâmide financeira.
Outros dois suspeitos são apontados como intermediários e, segundo a promotora, traziam as vítimas para os estelionatários. Durante a investigação, os intermediadores afirmaram que não sabiam que se tratava de um golpe, mas a Polícia Civil obteve trocas de mensagens dos criminosos em que comentavam sobre as vítimas e o dinheiro obtido.
Juliana Paes perdeu R$ 480 mil e não quis prestar depoimento ao Ministério Público. Ela enviou as informações por meio de advogado. Já o ator Murilo Rosa esteve no MP de São Paulo e passou pessoalmente as informações.
A promotora e a Justiça estão agora atrás de bens dos envolvidos no esquema para recuperar a perda das vítimas.
"Pedimos danos morais e danos materiais no caso de sentença de condenação dos envolvidos. Alguns perderam R$ 478 mil, outros R$ 280 mil, outro R$ 84 mil. São quantias expressivas. Mas não estamos encontrando bens dos criminosos para bloquear", afirmou a promotora.
Celeste diz que o objetivo é garantir o direito das vítimas ofendidas.
"A nossa luta é pelo estatuto das vítimas. Pedimos uma cautelar e estamos tentando localizar os bens em poder da quadrilha para apreensão, pedimos e estamos procurando [estes bens]", afirmou a promotora ao site.