Os dias vão se passando e a situação da Jovem Pan News ficando cada vez mais complicada. Após perder diversos patrocinadores importantes e entrar na mira do Ministério Público Federal em decorrência de seu posicionamento político a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de apoiar os ataques terroristas ocorrido em Brasília no último final de semana, o canal de notícias voltou a ter nome envolvido em mais problemas.

Com o cerco se fechando para o lado Jovem Pan, sobrou até mesmo para as operadoras de TV por assinatura. Segundo informações divulgadas pelo jornalista Sandro Nascimento, do portal NaTelinha, Claro TV, Vivo TV, Sky e DGO entraram na mira do Sleeping Giants Brasil, uma organização liberal que combate discursos de ódio e desinformação na internet, e serão notificadas em breve para que prestem os devidos esclarecimentos a respeito da transmissão do sinal da emissora.

Vale ressaltar que decisão de notificar as empresas em questão foi tomada após a direção do grupo entender que todas as operadoras de TV, ao transmitir o sinal do canal de notícias, também são responsáveis, mesmo que de forma indireta, por exibir todo o conteúdo disponibilizado pela emissora que vem sendo investigada pelo MP pela forma como conduziu a cobertura dos atos antidemocráticos.

Humberto Ribeiro, diretor Jurídico do Sleeping Giants Brasil, revelou detalhes do caso:“Vamos acionar extrajudicialmente as operadoras de TV por assinatura e questionar a razão de, durante a pandemia da Covid-19, incorporarem em seu portfólio de canais um veículo de comunicação que sabidamente difundia desinformação sobre a vacinação, tratamentos sem eficácia comprovada, uso de máscaras e distanciamento social”, pontuou em entrevista concedida ao site.

“Ainda queremos saber se condiz com as boas práticas de governança dessas empresas a manutenção da disponibilidade dos conteúdos da TV Jovem Pan News aos seus consumidores, mesmo diante das reiteradas e graves denúncias de que o veículo difunde desinformação sobre a rigidez do processo eleitoral, o papel de instituições de Estado, como as Forças Armadas, além de ataques ao STF e ao TSE”, concluiu Humberto.

Em meio ao clima de tensão que tomou conta dos bastidores do canal, principalmente depois de tentar minimizar a destruição causada por apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro e da renúncia do presidente Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, não demorou muito tempo para a crise chegar nos índices de audiência, algo que, até então, não representava um perigo iminente.

Um dia após os atos terroristas em Brasília, ou seja, no último dia 09, a emissora registrou péssimos números no Ibope e acabou sendo derrotada por suas principais concorrentes. A situação ficou tão complicada neste dia, que o nem mesmo o programa “Os Pingos Nos Is”, que normalmente marca o melhor Ibope do dia, conseguiu ser suficiente para tirar o canal do fundo do poço e também ficou atrás da concorrência.