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porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
Clara Monteiro, ex-companheira e mãe de um dos filhos de Caio Paulista, jogador do Palmeiras, prestou depoimento nesta terça-feira (17) à 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e registrou um BO contra o jogador.
Segundo o boletim de ocorrência, Clara alega ter sido vítima de sequestro, violência física e psicológica, e que os episódios começaram a surgir ainda em 2022, quando o lateral defendia o Fluminense.
Ela afirma que pouco depois do início do relacionamento Caio passou a demonstrar ciúmes excessivos e chegou a proibí-la de trabalhar na boate em que atuava como caixa, onde se conheceram. A tatuadora relata que as primeiras agressões aconteceram na madrugada do dia 30 de setembro daquele ano, quando o jogador teria chegado bêbado em casa e Clara estava disposta a deixar o apartamento em que viviam por conta de um suposto caso de infidelidade do atleta.
"Ela dizia 'eu quero terminar! eu não aguento mais isso! não estou mais feliz'. Nesse momento, ele passou a agredi-la fisicamente, desferiu um chute no seu joelho e ela foi ao chão. Então ele passou a agredi-la com chutes na costela, coxa e pés", diz um trecho do BO divulgado pelo UOL.
A tatuadora diz que se trancou no banheiro com medo de Caio Paulista após a situação. Neste momento, o jogador chorou e pediu perdão. Ao sair, o jogador pediu que ela o esperasse retornar do treino para que conversassem. Ele foi treinar e a deixou trancada no apartamento. Retornando, o lateral convenceu Clara a continuar o relacionamento. Ela afirma que foi “manipulada emocionalmente”.
Clara explica no documento que Caio Paulista procurou ajuda psicológica do clube em que atuava por conta de um suposto “vício em traições”. O relacionamento seguiu, os dois se mudaram para São Paulo no início de 2023, na época, ela já estava grávida de Maria Clara, filha do casal.
Uma nova agressão foi relatada por Clara em 22 de outubro do ano passado. O atleta teria ido visitar amigos, e a então companheira viu uma foto de Caio com várias mulheres. Ela decidiu então ir "espairecer" na balada e deixou a filha do casal com a babá.
“Ele lhe enviou mensagem mandando que ela saísse do local, dizendo que se ele entrasse, seria pior. A declarante não tem mais as mensagens devido a um problema no seu celular. Quando ela saiu, por volta de 02:40 da manhã da madrugada do dia 22/10/23, ele a empurrou pelo cabelo [coque], mandando que ela entrasse no carro. A cunhada e o noivo estavam no veículo. Ela segurou na lateral do carro para não entrar, e ele a forçou, a empurrou e lhe desferiu um soco (um gancho) no rosto. A declarante acredita que tenha desmaiado”, diz outro trecho do boletim.
O jogador se desculpou, e novamente ela aceitou prosseguir com o relacionamento. Porém, um novo caso de agressão, desta vez em fevereiro deste ano, fez com que Clara decidisse se separar meses depois.
No dia 17 de fevereiro, o casal foi a uma boate, Clara tentou entrar no camarote para pegar uma cerveja, eles iniciaram uma discussão, e Caio desferiu um soco na boca da então companheira.
O jogador se mudou para o apartamento da mãe após o incidente. Ainda no mesmo prédio, eles seguiram num relacionamento por mais alguns meses. Em maio, no "mesversário" de dez meses da filha, Clara terminou.
“Estamos recebendo de forma voluntária diversos relatos que desmentem as versões de agressões e comprovam a inocência do Caio. Quando tivermos acesso ao depoimento que foi dado na Delegacia da Mulher, vamos nos posicionar publicamente. Aproveito para informar que estamos compartilhando todas essas informações com o Palmeiras, e que a advogada Sônia Canale segue defendendo o Caio no processo que corre em segredo de Justiça na Vara de Família”, a defesa do atleta negou as acusações por meio de nota enviada ao UOL.
“A Sociedade Esportiva Palmeiras esclarece que, tão logo tomou conhecimento sobre a carta aberta publicada pela mãe de um dos filhos do atleta Caio Paulista em uma rede social, o jogador foi convocado pela diretoria para uma reunião, ocorrida na noite de sábado".
"Questionado a respeito do relato e das imagens divulgados, Caio Paulista negou ter cometido qualquer agressão e disse não haver processo ou investigação contra ele na esfera criminal. É de conhecimento público que o Palmeiras não tolera qualquer forma de violência e tem no respeito pela mulher um de seus valores fundamentais".
"Todos os colaboradores do clube devem seguir as normas de conduta estabelecidas internamente, que preveem diferentes medidas punitivas, a depender da gravidade do fato e da comprovação penal. O Palmeiras seguirá acompanhando o caso com a devida atenção”.