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Corinthians anula o São Paulo, vence o clássico e embola o Brasileirão

Timão tem vitória incontestável contra o líder do Brasileirão e mantém tabu do rival na Arena


GLOBO ESPORTE

Publicada em: 14/12/2020 09:39:22 - Atualizado


BRASIL - Vagner Mancini respondeu perguntas de membros do Fiel Torcedor dias antes da vitória por 1 a 0 no clássico contra o São Paulo. Numa delas, um torcedor chamado Fernando fez a seguinte pergunta:

– Eu queria saber por que você não consegue fazer o time do Corinthians jogar com raça, jogar com vontade, jogar o jogo todo, o que está acontecendo no vestiário? – questionou o corintiano.

Mancini defendeu seu grupo, disse que tem um vestiário leal e que existe muita cobrança interna. Afirmou que ter raça é "um princípio do clube". E concluiu dizendo que seu time vinha tendo queda de rendimento no fim dos jogos e que isso o incomodava. Fernando deve estar orgulhoso do que viu.

O Corinthians que derrotou o São Paulo por 1 a 0 teve intensidade como programa de governo. E por 90 minutos.

Com um sistema defensivo que vai se consolidando a cada dia e que chegou a quatro jogos seguidos sem sofrer gols, o Timão teve marcação encaixada, brigou por cada bola e sempre venceu na energia.

Mas o futebol não depende só da transpiração. Estrategicamente, Vagner Mancini acertou mais uma vez. Com dois meses de clube, o técnico vai mostrando uma leitura de jogo muito interessante. Sempre sabe onde ganha e onde perde os jogos. Algo muito relevante.

Verticalidade eficaz

Um dos pontos positivos da forma como o Corinthians ataca é a rapidez na construção das jogadas. Talvez isso explique como Cazares se encaixou tão bem na função que vinha sendo de Luan. Muito vertical e com passe preciso, o equatoriano acelerou o ritmo em vários contra-ataques.

Léo Natel não foi perfeito como falso 9, desperdiçando alguns lances talvez pela falta de cacoete, mas teve três chances de finalizar na primeira etapa e poderia ter definido a vitória. Teve mérito de achar o espaço e se apresentar para a jogada certa.

No esquema 4-2-4, Otero e Ramiro pelas pontas foram verdadeiros motores e jogaram de forma muito coletiva. Gabriel se somou ao quarteto de zaga como destaque pela segurança e eficiência. E Cantillo, com sua bola longa, deixou Otero na cara de Tiago Volpi para o gol que definiu a vitória corintiana.

Variação na estratégia

Perguntei na entrevista coletiva do técnico Vagner Mancini sobre a variação na ideia de pressionar a saída de bola do São Paulo. O Timão iniciou o jogo com linha alta, tentando forçar erros.

O São Paulo, acostumado a chamar o adversário para golpear com terreno aberto, conseguiu escapar e criar perigo duas vezes trocando passes. Algo que fez o Timão mudar a postura com 23 minutos.

A partir dali, os atacantes não pressionaram mais Tiago Volpi, e a defesa ficou armada à espera do visitante São Paulo em seu campo. Depois, com ajustes táticos, o Timão voltou a apertar o rival no segundo tempo. Tanto que Cazares roubou bola de Volpi, e Camacho errou um gol sem goleiro.

– A partir do momento que o Corinthians marca adiantado o São Paulo e passam duas bolas e gera finalização, automaticamente a gente fica no: “Tem que afastar”. Perdeu uma, perdeu duas, afasta. É a gíria de fechar a casinha, respira, vê o que está errado e volta a marcar na frente. O que aconteceu foi uma indecisão no setor de meio campo, não lembro quem, mas ficou na dúvida, e aí arrumamos e voltou. Chamei o jogador, falei com ele e passamos a marcar melhor – explicou Mancini.

O que vem por aí?

A vitória fez o Corinthians cruzar a linha de meio de tabela. Foram duas posições alçadas. Agora em nono com 33 pontos, o Timão está a cinco do Santos. A distância para a zona de rebaixamento já é de oito pontos, uma situação bem confortável.

Restam ainda 13 rodadas de Brasileirão. Duas em 2020, com jogos contra Goiás (dia 21) e Botafogo (27) e outras 11 partidas no ano que vem. Embora não haja chance de título, ao Corinthians é muito interessante chegar ao fim de campeonato com um time acertado.

Sem férias no fim do Nacional, em fevereiro, a tendência é que Mancini entre nas demais competições da nova temporada com um time em condições de brigar por coisas maiores. Por um bom 2021.


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