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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
"Me encaixo melhor no universo do rock do que no do pop", diz Bryan Adams, o cantor e compositor canadense que já vendeu mais de 60 milhões de discos ao redor do mundo. Em seu mais recente álbum, "Shine a Light", contudo, ele usa batidas eletrônicas e colabora com nomes do universo pop, como Jennifer Lopez e Ed Sheeran.
"É verdade, mas sempre fiz um pouco disso", afirma. "Acho que vale a pena experimentar com sonoridades, mas, no fim das contas, as músicas que chegam ao topo das paradas são as que soam mais com aquilo que as pessoas esperam de mim."
"Shine a Light", lançado neste ano, é a base da atual turnê de Adams, que vem ao Brasil pela terceira vez. Ele toca em São Paulo e no Rio de Janeiro, nos próximos dias 18 e 19.
O cantor lembra de quando conheceu Ed Sheeran, que ele considera um "músico incrível", depois de vê-lo tocar em Dublin no ano passado. A parceria rendeu a composição da faixa-título do disco de Adams.
"Foi simples. Tive uma ideia para a música e mandei para ele", conta o canadense. "Nós tivemos uma química e conseguimos unir as ideias. Fizemos a música por email, dá para acreditar?"
"Shine a Light", a música com Sheeran, ressalta as características que levaram Adams ao sucesso de massa nos anos 1980. É uma balada esperançosa, guiada pelo violão e por uma voz rouca e apaixonada sobre uma pessoa do interior que vai à cidade grande atrás dos sonhos.
Foi com essa receita que Adams virou presença frequente nas rádios mundo afora, com hits do tamanho de "Heaven", "Run to You", "(Everything I Do) I Do It for You", "Summer of 69". Todas elas estarão nos setlists das apresentações dele no Brasil.
Mas, atualmente, Adams não vê com bons olhos as músicas que tomam as rádios. Antigamente, ele comenta, para gravar um disco, "você tinha que cantar e tocar e fazer tudo sem samples e aparelhos eletrônicos". "Imagine ter que cantar e tocar de verdade?"
O canadense torce o nariz para performances com bases programadas previamente. "Tocamos em um festival recentemente na Califórnia em que algumas bandas tocavam com um computador", conta. "É assim que funciona hoje em dia, virou algo normal. Mas não é o que faço, prefiro a espontaneidade."
Aos 59 anos, Adams hoje não se dedica apenas à música. Seu mais recente livro de fotografia traz retratos de pessoas desabrigadas em Londres. Ele também usa as redes sociais para falar sobre a preservação do meio ambiente e o veganismo, as causas que defende.
"Atribuo o crescimento do veganismo ao Instagram e à internet em geral", ele reflete. "As pessoas agora têm acesso direto à informação e às imagens de abuso e tortura de animais. Hoje, também temos mais opções disponíveis, se você escolher mudar."
Para Adams, o que mais dificulta o crescimento do veganismo é a falta de educação. Suas duas filhas são as únicas vegetarianas entre os 500 alunos da escola que elas frequentam.
"É porque a maioria dos pais da minha geração não pensa desta maneira. Virão algumas outras gerações até que esse pensamento prevaleça."
Em 2019, Adams está plantando uma árvore para cada ingresso que ele vendeu da atual turnê. Só este ano, já foram quase 1 milhão de novas árvores. Para o ano que vem, ele adianta que está trabalhando em um projeto para plantar árvores no Brasil.
Sobre a política climática nacional, o cantor acredita que, como nos Estados Unidos, ela é comandada "pelos interesses das grandes empresas". Mas, assim como em relação ao veganismo, Adams olha o futuro com algum otimismo.
"Vai demorar até que as novas gerações enfrentem a ignorância do passado. E teremos perdido muito até lá", diz. "Mas é uma questão de tempo."
Bryan Adams - SÃO PAULO
ONDE: Allianz Parque Hall, r. Palestra Itália, 200, Perdizes, São Paulo.
QUANDO: Sex (18), às 21h.
INGRESSOS: R$ 300 a R$ 620.
RIO DE JANEIRO
ONDE: Arena Jeunesse, av. Embaixador Abelardo Bueno, 3.401, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
QUANDO: Sáb (19), às 21h15
INGRESSOS: R$ 240 a R$ 480