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    porto velho, terça-feira 16 de setembro de 2025

'Avaliação inadequada' do piloto contribuiu para acidente que matou Marília Mendonça

Relatório diz que houve decisão inadequada do piloto em relação ao 'perfil de aproximação para pouso'


R7

Publicada em: 16/05/2023 09:57:46 - Atualizado

BRASIL: O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, concluiu, nesta segunda-feira (15), que julgamento ‘inadequado’ do piloto contribuiu para o acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em Piedade de Caratinga, a 243 km de Belo Horizonte, em novembro de 2021.

Durante a tarde desta segunda, o advogado da família de Marília havia informado à imprensa que o laudo da Força Aérea Brasileira (FAB) não havia apontado falha humana como causa do acidente. No entanto, o relatório final, divulgado no início da noite, diz que houve decisão inadequada do piloto em relação ao “perfil de aproximação para pouso”. O laudo revela que “a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada”.

Ainda segundo o documento, o piloto estava fisicamente e mentalmente saudável, considerado apto para o exercício de atividade aérea. No entanto, havia indicação de que ele usasse lentes para correção de astigmatismo. As investigações não puderam concluir se o piloto usava ou não as lentes no momento do acidente.

O relatório reforçou que “a visão é um dos requisitos mais relevantes para a operação de aeronaves” e que a percepção de profundidade pode ser distorcida por miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Com a distorção, fios mais altos podem parecer estar mais distantes e tal efeito só é percebido em distâncias inferiores a 100 m, o que deixa pouco tempo ao piloto para reagir.

A investigação mostrou que os cabos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foram um obstáculo para o avião. Isso porque a linha de transmissão apresentava baixo contraste em relação à vegetação ao fundo, o que dificultava sua percepção.

“Uma vez que não foi possível confirmar se o PIC (piloto) fazia uso de lentes corretoras no momento do acidente, deve-se considerar que, em uma eventual ausência das lentes, haveria certa redução da sua acuidade visual e da percepção de profundidade", aponta o documento.

De acordo com o Cenipa, a apuração não tem como objetivo "apontar culpados" nem causar "implicações judiciais". "O processo é realizado com o propósito de prevenir novos acidentes e compreende a reunião e a análise de informações e a obtenção de conclusões, o que inclui a identificação dos fatores que contribuíram com a ocorrência, visando à formulação de recomendações sobre a segurança", afirma o órgão.






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