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    porto velho, quinta-feira 11 de setembro de 2025

Preço do gás de cozinha supera recorde em 71 cidades brasileiras, segundo levantamento

Segundo o Observatório Social do Petróleo, botijão de 13 kg custa R$ 152, o preço mais alto do país, em cidade do Amazonas


R7

Publicada em: 22/11/2023 15:39:49 - Atualizado


BRASIL - Em 71 municípios brasileiros, o preço do gás de cozinha ultrapassou em novembro a maior média nacional semanal do século, de R$ 113,66, registrada entre os dias 10 e 16 de abril de 2022.

Na cidade de Tefé, no Amazonas, o botijão chegou a superar em quase 34% o recorde, com o vasilhame de 13 quilos do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) sendo comercializado a R$ 152, o preço mais alto do país, segundo o OSP (Observatório Social do Petróleo), com base no levantamento de preços de combustíveis da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

    A agência verificou que o valor do botijão de gás em 456 municípios do Brasil, na semana de 12 a 18 de novembro, variaram de R$ 114 a R$ 152. Em 71 cidades os preços estão acima da marca da série histórica, com início em julho de 2001, quando o órgão regulador federal começa a divulgar os valores do gás de cozinha.

    A análise do Observatório mostra que 6 das 10 cidades com preços mais elevados estão na região Norte, abastecida parcialmente pela Ream (Refinaria da Amazônia). A unidade de refino, que completa em dezembro um ano de privatização, tem sido a recordista nacional dos combustíveis mais caros, segundo o OSP.

    Na lista geral dos 71 municípios acima do recorde do século aparecem três cidades do estado do Rio de Janeiro e três de São Paulo. No Rio, Macaé cobra R$ 123 pelo botijão e é o município com o preço mais caro do estado. Logo em seguida, estão Itaguaí (R$ 121) e Angra dos Reis (R$ 114,84). Em São Paulo, o maior custo do gás de cozinha foi constatado em Marília (R$ 114,44), seguido por Itapeva (R$ 114,16) e Guarujá (R$ 114,09).

    Dez mais

    A lista das 10 cidades brasileiras com custo mais alto do gás de cozinha inclui três municípios no estado do Amazonas, três no Mato Grosso, dois em Rondônia, um em Roraima e um na Bahia. Tefé (AM) é a cidade com preço mais elevado do Brasil, seguida por Alta Floresta e Sinop, ambos municípios do Mato Grosso, onde o vasilhame é vendido a R$ 145 e R$ 138,63, respectivamente.

    "A cidade de Tefé está localizada a apenas 180 km do Polo Urucu, a maior reserva terrestre de gás natural do país, e é o ápice da contradição que justo nessa região a população seja condenada a pagar os preços mais altos", disse em nota o secretário-geral da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), Adaedson Costa.

    Segundo ele, essa situação é fruto da privatização. "Por isso defendemos a urgência de a Petrobras voltar a ser uma empresa integrada de petróleo, como são todas as grandes petrolíferas mundiais, reestatizar refinarias, distribuidoras, gasodutos e campos de exploração", destacou.

    O economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais), aponta dois fatores que explicam a concentração dos maiores preços no Norte do Brasil.

    "O primeiro motivo é que a média ponderada dos preços praticados por produtores e importadores nessa região está 24% acima da média nacional, de acordo com dados da ANP. E grande parte dessa alta se deve à privatização da refinaria. O segundo fator é que a região tem a maior margem de distribuição e revenda, devido aos custos mais elevados de transporte/logística, sendo R$ 9 (18%) superior à média nacional", informou.


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