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    porto velho, domingo 24 de novembro de 2024

Sob silêncio, cobrança de ingresso no Museu da EFMM indigna moradores da Capital

A cobrança é um lembrete amargo de que, para aqueles que deveriam defender o patrimônio público, o lucro parece valer mais do que a preservação da história...


Redação

Publicada em: 20/08/2024 09:59:36 - Atualizado

PORTO VELHO-RO: Sob o olhar apático e permissivo das autoridades, a empresa Amazon Fort, que agora administra o complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), decidiu golpear o povo de Rondônia com a cobrança de ingresso para visitar o que é, por direito, um legítimo patrimônio dos rondonienses. 

O anúncio, feito sorrateiramente na última sexta-feira (17), estabelece que os moradores da capital e do estado terão que desembolsar R$ 33,00 para acessar um local que sempre foi parte intrínseca de sua identidade cultural e histórica.

Essa decisão vergonhosa veio após o término de um período de três meses em que a Prefeitura de Porto Velho era responsável pela gestão do museu, organização das visitas e manutenção básica do complexo. Com o fim desse prazo, as autoridades entregaram de bandeja a administração completa à Amazon Fort, que não perdeu tempo em impor uma taxa de entrada, desprezando o valor simbólico que o complexo tem para a população local.

O que torna essa situação ainda mais revoltante é o fato de que a Amazon Fort, que está cobrando valores de R$ 15,00 a R$ 33,00 para a entrada, não possui contrato de cessão com a União, nem a Prefeitura tem tal contrato. A cobrança de ingresso para acessar o museu, construído como contrapartida ambiental pela Santo Antônio Energia, é, no mínimo, irregular. 

A Associação dos Ferroviários, através de seu presidente George Teles, repudia essa afronta,  e diz que já solicitou ao Patrimônio da União que notifique essa irregularidade, uma vez que a empresa Amazonfort não tem contrato de cessão com a União e nem muito menos coma prefeitura e que a reforma das edificações foram obras de contrapartida ambiental da Santo Antônio Energia, portanto, sem um centavo sequer da empresa que toca o patrimônio.

Justificar essa cobrança com promessas de manutenção e melhorias soa como uma desculpa esfarrapada para encobrir o real objetivo: transformar um espaço público em um negócio lucrativo, à custa daqueles que menos podem pagar. 

As autoridades, por sua vez, permanecem caladas, cúmplices dessa medida que desrespeita o povo que deveriam proteger. A ausência de qualquer reação por parte do governo do estado ou da prefeitura é, no mínimo, vergonhosa.

Essa cobrança é mais do que uma simples taxa; é um símbolo do descaso e da alienação das autoridades em relação às necessidades e direitos da população. É um lembrete amargo de que, para aqueles que deveriam defender o patrimônio público, o lucro parece valer mais do que a preservação da história e da cultura de Rondônia.


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