PORTO VELHO - RO - Com a chegada do inverno amazônico e o aumento das chuvas torrenciais, a BR-319 – única ligação terrestre de Manaus com o restante do país – encontra-se em estado crítico.

Construída na década de 1970, a rodovia enfrenta condições deploráveis, tornando-se um verdadeiro sacrifício para motoristas que se aventuram pelo trajeto.

A falta de infraestrutura adequada expõe a vulnerabilidade do Amazonas, que depende da aviação, com custos elevados, e da navegação, que apesar de mais acessível, sofre com intempéries naturais, como a seca histórica de 2024 e as enchentes recorrentes.

Batalha Política e inércia parlamentar

A pavimentação da BR-319 tem sido alvo de embates entre setores políticos e ambientais. No governo Lula, a rodovia chegou a ser incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas a resistência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, considerada contrária ao asfaltamento, fortaleceu ações judiciais que travaram o projeto. A Justiça do Amazonas suspendeu as obras, intensificando as críticas de quem defende a rodovia como essencial para o desenvolvimento regional.

Enquanto isso, a bancada de deputados e senadores do Norte do país permanece inerte diante da situação, incapaz de se impor contra a força política da ministra. Apesar das promessas de campanha e do reconhecimento da importância da rodovia para a integração e economia da Amazônia, os parlamentares se curvam às pressões ambientais, deixando a população desamparada.

Grita Geral:

Motoristas que enfrentam diariamente a BR-319 relatam sofrimento e abandono. “Os atoleiros se multiplicam, os buracos parecem crateras e, quando chove, a estrada vira um lamaçal. O governo precisa tomar uma atitude urgente”, desabafa um caminhoneiro que percorre a rodovia regularmente.

A situação da BR-319 levanta um questionamento crucial: até quando Manaus e sua população de mais de 2 milhões de habitantes continuarão reféns da falta de infraestrutura, da burocracia e da inércia política?

Com a previsão de mais chuvas intensas nos próximos meses, especialistas alertam que a tendência é de piora. Enquanto isso, a BR-319 segue pedindo socorro – e sendo ignorada por quem tem vez e voz.