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porto velho, segunda-feira 10 de novembro de 2025

PORTO VELHO-RO: A obsessão pelo emagrecimento rápido está se tornando uma perigosa epidemia em Porto Velho. Farmácias da capital têm registrado um aumento expressivo na procura por medicamentos como o Munjaro — muitas vezes vendidos sem receita médica e sem a devida fiscalização dos órgãos competentes. A busca desenfreada por resultados imediatos, sem orientação profissional, tem levado centenas de pessoas a colocar a própria saúde em risco.
O medicamento, que deveria ser usado apenas sob prescrição e acompanhamento rigoroso, passou a ser visto como “solução milagrosa” para a perda de peso. No entanto, segundo especialistas, o uso indiscriminado pode provocar sérios efeitos colaterais: ansiedade, problemas cardíacos, insônia, alterações de humor, comportamento agressivo e até surtos de confusão mental. Há também relatos de transtornos psiquiátricos mais graves, como delírios e alucinações visuais e auditivas.
Médicos alertam ainda para os casos de hepatite medicamentosa, cada vez mais comuns em pacientes que recorrem a substâncias emagrecedoras sem acompanhamento clínico. “É um quadro grave e silencioso, que pode comprometer o fígado de forma irreversível. Muitos chegam ao consultório apenas quando já apresentam sintomas avançados”, explicam endocrinologistas e hepatologistas que atuam na capital.
Além dos riscos do uso de medicamentos, a combinação de dietas radicais e práticas amadoras — como jejum prolongado, cortes abruptos de refeições e o uso simultâneo de fórmulas manipuladas — agrava o quadro e pode gerar distúrbios hormonais e metabólicos.
O apelo pela estética e pela pressa em perder peso, aliado à facilidade de compra e à propaganda nas redes sociais, transformou-se em um problema de saúde pública. Especialistas reforçam que emagrecer com segurança exige acompanhamento médico, alimentação equilibrada e orientação profissional — e não a dependência de medicamentos que prometem resultados rápidos, mas cobram caro da saúde.