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Contrato de aluguel vencido em novembro fica 24,5% mais caro, segundo IGP-M

Na prática, isso significa que um contrato anual com parcelas de R$ 800, por exemplo, com vencimento em novembro, terá um reajuste de R$ 196,16


R7

Publicada em: 27/11/2020 09:20:20 - Atualizado


BRASIL: O contrato de aluguel vencido em novembro vai ficar 24,52% mais caro quando chegar a renovação anual, segundo o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), divulgado nesta sexta-feira (27) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Isso significa que, na prática, um contrato anual com parcelas mensais de R$ 800, com vencimento em novembro, terá um reajuste de R$ 196,16. O novo valor na renovação será de R$ 996,16 mensais, a serem pagos a partir de dezembro. Por ainda estarmos na pandemia de coronavírus, é um aumento que pode afetar o orçamento de muitas famílias.

Há um ano, em novembro de 2019, o reajuste no mesmo período foi de 3,97% em 12 meses. Neste caso, o mesmo aluguel de R$ 800 recebeu reajuste de R$ 31,76. Ou seja, o inquilino passou a pagar R$ 831,76 para continuar morando no mesmo imóvel entre dezembro de 2019 e novembro de 2020.

O que é o IGP-M

O IGP-M é o indicador normalmente utilizado para cálculo do reajuste do valor do aluguel no Brasil. Ele é calculado por meio da média ponderada de três outros índices. O primeiro componente está ligado aos preços no atacado para produtores, com peso de 60%. Os preços no varejo para os consumidores têm peso de 30% e na construção civil, de 10%.

O índice ganhou ritmo em novembro e subiu 3,28%, percentual superior ao constatado em outubro, quando havia apresentado taxa de 3,23%. Com este resultado, o índice acumula alta de 21,97% no ano. Em novembro de 2019, o índice havia subido 0,30%.

O inquilino terá que pagar reajuste?

De acordo com o diretor executivo da Rede Lopes, Matheus de Souza Fabrício, não há como incorporar esse aumento expressivo no preço do aluguel para o inquilino, visto que o momento ainda é de retração econômica, perda de empregos, renda e consumo no Brasil, por conta da pandemia.

"Não há como repassar este aumento de 13% para o aluguel. Não há explicação plausível para o aluguel ter uma correção tão alta por um índice que está sendo elevado por fatores não ligados ao mercado", afirma.

Segundo ele, inquilinos comerciais e residenciais estão procurando, neste momento, os proprietários dos imóveis para renegociar os valores. "O locador muitas vezes sabe que não pode aumentar o valor da locação agora ou o inquilino sai. E a economia não está tão bem assim. Não é um momento tão bom para se exercer o contrato sob o ponto de vista de correção", diz.

Nas negociações, diz Fabricio, as correções têm ficado entre 2% e 3% — algo mais próximo do IPCA. Essas renegociações, segundo ele, estão ocorrendo principalmente entre os empresários e os proprietários de pontos comerciais, em um cenário de dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia após o isolamento social.


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