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porto velho, sexta-feira 4 de julho de 2025
BRASIL - Uma cobra de quatros metros foi resgatada nesta terça-feira (13) em uma obra na região do bairro de Mussurunga, em Salvador. Segundo moradores, a obra tem causado o desmatamento no local, e por causa disso, animais começaram a entrar nas residências.
A cobra resgatada era da espécie sucuri e pesava 50kg. Ela foi resgatada pelo Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa) da Guarda Municipal de Salvador. Após atendimento com veterinário e biólogos, o animal será devolvido à natureza.
A obra na região começou em março deste ano. Os moradores do local relatam que, desde então, animais silvestres começaram a aparecer. De acordo com Robson Pires, que faz parte da Gepa, o surgimento de animais na área urbana acontece por causa da destruição do habitat natural.
“Isso aqui [desmatamento] causa um impacto muito grande no meio ambiente do município. Esses animais, muitas vezes, são bioindicadores, porque são retirados de seu habitat natural e vão se abrigar dentro de casa, nas praças, nas ruas. Os animais estão sendo retirados do seu habitat natural e indo para dentro de residências”, disse.
No dia 9 de junho, um grupo de moradores protestou contra a obra, que acontece nos setores J e L da região. Na ocasião, além do desmatamento, alguns moradores disseram que estão sendo ameaçados por seguranças que atuam no local. Eles dizem não saber quem são os donos dos terrenos e nem do que se trata a obra.
Um morador detalha que já precisou ser acionado por uma vizinha para retirar uma cobra dentro do imóvel, mesmo sem ter experiência com retirada e resgate de animais silvestres. Além de cobras, eles dizem que jacaré e sariguês também costumam aparecer na região.
Para tratar sobre a situação do meio ambiente, na próxima quinta-feira (15) está prevista uma audiência entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Do Meio Ambiente E Recursos Hídricos (Inema), Ministério Público da Bahia - (MP-BA), Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) e empresa responsável pela obra.
No dia 4 de julho, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) já havia autuado a obra, sob responsabilidade da empresa ATF Patrimonial, por ter sido realizada, até então, sem a devida Autorização para Manejo de Fauna.
De acordo com o relatório do órgão, houve afugentamento de fauna silvestre para residências do local, evidenciando a necessidade de um manejo da fauna. Por causa disso, animais silvestres, como cobras, tatus e teiús, acabaram morrendo.
“A destruição de habitat dentro do nosso município, com construções de cimento, a gente perde essa ligação com o meio ambiente. Os animais estão sendo retirados do habitat e não tem locais para eles”, conclui Robson Pires.