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    porto velho, sábado 5 de julho de 2025

Possível impacto da alta dos juros no PIB coloca país em impasse, mas pode sinalizar preocupação

Elevação da Selic a ser anunciada busca conter a inflação, mas pode sinalizar também preocupação com crescimento econômico


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Publicada em: 22/09/2021 09:47:27 - Atualizado

O cenário de inflação acima do dobro da meta do governo para o período de 12 meses vai resultar nesta quarta-feira (22) na quinta elevação consecutiva da taxa básica de juros da economia brasileira. A alta, prevista em 1 ponto percentual, deve levar a Selic a 6,25% ano, patamar inferior àquele que chegou a ser cogitado por analistas do mercado financeiro.

A variação pouco mais contida e semelhante à da última reunião reflete um dilema entre elevar a Selic ao patamar necessário para conter as altas do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e prejudicar o desenvolvimento econômico e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil.

"Quanto mais altos são os juros, menores são os investimentos, a economia cresce menos, mas pelo menos existe um controle da inflação", explica Murillo Torelli, professor de contabilidade financeira e tributária da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

A alternativa pela elevação da taxa de juros é o instrumento de política monetária mais utilizado para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento pelas famílias.

Silvia Matos, pesquisadora sênior da área de Economia Aplicada do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) aponta que o dilema para os atuais entraves econômicos do Brasil não pode ser solucionado apenas pelas ações da autoridade monetária, que agora precisa "domar uma situação difícil".


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