• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, sábado 5 de julho de 2025

Banco Central eleva 1 ponto da Selic, e taxa vai para 6,25% ao ano

Esta é a quinta elevação consecutiva da taxa Selic em 2021. Banco Central tenta conter a propagação das pressões inflacionárias.


cnn

Publicada em: 22/09/2021 19:58:51 - Atualizado

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, nesta quarta-feira (22), a taxa básica de juros, a Selic, de 5,25% para 6,25% ao ano. É o maior patamar desde julho de 2019 — ou seja, em pouco mais de dois anos.

A elevação da taxa de juros é a quinta consecutiva em 2021.

Em nota, o Copom afirmou que "antevê outro ajuste da mesma magnitude" -- isto é, de 1 ponto percentual -- na taxa Selic a ser definido na próxima reunião, no final de outubro.

O Comitê também considera que o "risco fiscal" do país segue elevado e que dúvidas sobre a aprovação das reformas defendidas pelo governo podem levar a novas elevações da taxa Selic.

"Questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia", diz a nota.

Em pesquisa efetuada pelo BC na última semana com mais de cem instituições financeiras, analistas do mercado financeiro projetaram que a taxa Selic continuará avançando nos próximos meses e deve fechar o ano de 2021 a 8,25%.

Inflação

O principal instrumento do Banco Central para conter a propagação da alta de preços é a taxa básica de juros, que é definida com base no sistema de metas de inflação.

Normalmente, quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic, e a reduz quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas.

Para 2021, a meta central de inflação é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%.

Neste momento, o BC já está olhando para a meta de inflação de 2022 para definir os juros. No próximo ano, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

  • Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, ficou em 0,87%. Esta foi a maior taxa para um mês de agosto desde 2000. Em 12 meses, a inflação atingiu 9,68%, a mais alta desde fevereiro de 2016.
  • De acordo com levantamento do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (ISAE/FGV), mais da metade da inflação, neste ano, é resultado da disparada dos combustíveis, energia e carne. Esses estão entre os itens que mais têm pesado no bolso do brasileiro e na inflação.
  • O mercado financeiro estima que a inflação medida pelo IPCA somará 8,35% neste ano, mais do que o dobro da meta central (7,5%) e acima do teto de 5,25% do sistema de metas. Para 2022, a previsão de inflação do mercado está em 4,10%, acima da meta central mas ainda dentro do intervalo de tolerância.

O Copom avaliou que a inflação dos bens industriais deve se manter no curto prazo e que as pressões sobre os preços de alimentos, combustíveis e energia elétrica também devem persistir.



Fale conosco