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porto velho, segunda-feira 25 de novembro de 2024
RONDÔNIA - Com resultados que superaram as expectativas da organização do evento, a Campus Party Rondônia, que aconteceu nos primeiros cinco dias deste mês, deu o título a Porto Velho de “capital digital da Amazônia” e transformou o estado em referência em inovação, ciência e tecnologia na região Norte do país.
Segundo o superintendente de Estado para Resultados (EpR), Ricardo Fávaro, a estimativa de público era de 20 mil visitantes, número que ultrapassou o dobro. “Foram mais de 40 mil pessoas que passaram pelo local, e quatro mil campuseiros acampados 24 horas dentro do espaço. Foram realizadas mais de 170 palestras, 22 workshops, e com uma internet de 20 Gb de velocidade”.
O legado deixado pela feira são nove soluções tecnológicas criadas pelos participantes nos hackathons e que irão beneficiar o serviço público e a sociedade rondoniense. “Do HackaRondônia, foram apresentadas ideias que já estão sendo captadas para serem colocadas em prática no área de segurança pública no estado. São três: o Ágile é um aplicativo de denúncia anônima com informações mais precisas e ainda o envio de vídeos e fotos; o Smart Alert é outro aplicativo para alertar a população sobre áreas de perigo, com possibilidades de furtos e roubos com a intenção de diminuir as incidências e aumentar o sucesso da polícia em localizar os infratores; e o Seguron, que também disponibilizará acesso rápido e colaborativo do cidadão para reportar problemas com furtos e roubos, registros de ocorrências e upload de imagens”.
Duas criações idealizadas na feira já estão sendo elaboradas para a prática. “Foi criado o primeiro Centro de Reciclagem de Computadores e Lixo Eletrônico (CRC), que será destinado ao descarte correto desse tipo de produto, sem causar impactos negativos ao meio ambiente. E ainda implantaremos cinco laboratórios do Programa Include, uma iniciativa de inclusão digital em conjunto com as instituições privadas, tanto na capital quanto em cidades do interior. O evento só nos trouxe resultados positivos, com destaque para Rondônia no cenário nacional”.
As ações de cunho social também foram levadas ao público, com palestra e visitação da tribo indígena da etnia Karitiana. Cerca de 15 integrantes viajaram da aldeia a Porto Velho para participar. Passaram pelo local estudantes do ensino público e privado, o que incentiva os jovens à iniciação científica e tecnológica. Foram cadastradas 400 pessoas possíveis doadoras de medula óssea através da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia (Fhemeron). Houve coleta seletiva de materiais recicláveis, resultando em 500 quilos de resíduos encaminhados para a Cooperativa Catanorte, gerando renda para as famílias que vivem da coleta dos materiais.
Das ideias, um manifesto foi gerado no 1º Fórum Internacional da Amazônia Sustentável, que aconteceu no local, com propostas para a proteção e desenvolvimento da Amazônia e que será entregue à autoridades do governo federal. Participaram do programa Startup & Makers, de empreendedorismo, 40 startups. O programa tem a proposta de impulsionar e capacitar jovens talentos e empreendedores, e diferentes novos negócios nas áreas como agronegócio, comunicação, educação entretenimento, finanças, tecnologia, saúde, varejo puderam mostrar seus produtos. Além disso, 20 projetos universitários foram selecionados para participar do Programa Campus Future, que dá espaço e divulga projetos acadêmicos que tenham destaque pela utilização da tecnologia, sejam inovadores, criativos e tenham impacto social relevante.
O investimento repassado pelo estado para a realização da Campus Party Rondônia foi de R$ 2,6 milhões, recurso oriundo do Fundo de Investimento e Desenvolvimento Industrial de Rondônia (Fider), votado e aprovado pelo conselho composto por 15 instituições de iniciativa tecnológicas, comerciais, educacionais, públicas e bancárias, sendo presidido pelo governador do estado.