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porto velho, terça-feira 26 de novembro de 2024
RONDÔNIA - O Instituto de DNA Criminal da Polícia Técnico-Científica de Rondônia recebeu Certificação de Qualidade, um reconhecimento mundial que comprova a eficiência e qualidade dos exames e proporciona credibilidade aos laudos periciais emitidos pelo Instituto, em Rondônia.
O certificado foi emitido pelo Grupo Iberoamericano de Trabajo em Análisis de DNA (Gitad), formado por pesquisadores da Espanha, Portugal e países da América Latina, coordenado pelo doutor Juan Carlos Alvarez Merino, professor do departamento de medicina legal na Universidade de Granada, na Espanha.
A certificação contribui positivamente para o Instituto, pois confirma o controle de qualidade dos exames e laudos realizados no laboratório e o credencia para o próximo ensejo da equipe técnica do DNA, que é a participação na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), uma rede nacional, que possui dois bancos de informações: de vestígios encontrados no local do crime e de criminosos identificados.
Para ingressar ao banco de dados são avaliados, a estrutura do laboratório, os exames realizados e a equipe técnica. Falta somente o atendimento de um requisito para o laboratório DNA passe a fazer parte da rede nacional, que é a efetivação de pelo menos mais um profissional para atuar como perito criminal. “Hoje o laboratório dispõe de três profissionais, e o mínimo necessário para participar da Rede são quatro”, explica o perito criminal Adayrton Fortunato de Figueiredo, diretor do Instituto DNA Criminal.
Para obter a certificação, a Universidade enviou cinco amostras de sangue para os peritos avaliarem e aguardava respostas sobre o perfil genético de cada amostra. “Fizemos os testes, informamos quais os métodos e os resultados e enviamos para a Espanha. Todos os resultados foram identificados com o resultado esperado”, conta Adayrton Figueiredo.
Ao longo de um ano e oito meses, o Instituto emitiu 124 laudos
Os exames de DNA começaram a ser feitos em janeiro de 2017, e entre seus objetivos está o de realizar e exames e comparações do perfil genético. Ao longo de um ano e oito meses, o Instituto emitiu 124 laudos, entre eles de crimes que causaram comoção pública no Estado, como o assassinato de um professor universitário em 2016. O laboratório contribuiu com as investigações, por meio de análise de vestígios deixados na hora do crime. Até chegar ao autor do crime, os peritos criminais tinham analisado o material genético de 11 suspeitos, e foi 12° suspeito constatado como o criminoso: “É importante destacar que o trabalho do perito, no Instituto não é só identificar o criminoso, mas também livrar um inocente de um crime que não cometeu”, lembra Adayrton.
As pesquisas avançam numa marcha gradual, em paralelo ao enfrentamento das dificuldades enfrentadas para a efetivação de cada laudo. “Temos um passivo, com vestígios coletados desde 2010″, lamenta o diretor. “Mas trabalhamos com dedicação e nosso objetivo é conseguir atender aos critérios nacionais e fazer parte da Rede Nacional, pois isso vai contribuir significativamente com a redução da impunidade no País”, garante.
Crimes sexuais
Adayrton Figueiredo explicou que a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) está investindo tanto em insumos quanto materiais, para que o Instituto aprimore a realização de exames para contribuir com a elucidação de crimes sexuais. Os investimentos serão intensificados a partir de 2019, mas já são realizados no Instituto. O diretor orienta às vítimas, alguns cuidados que podem contribuir com as análises. “É muito importante que as vítimas de crimes sexuais entreguem as vestes usadas no momento da agressão ao perito criminal ou autoridade policial para serem analisadas e assim ser possível a identificação do suspeito. O ideal é que não tomem banho imediatamente ou lavem as roupas usadas no ato do crime”, orienta. “Nós já conseguimos colaborar com a elucidação de crime a partir de uma toalha encontrada no local do crime”, exemplifica.