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porto velho, quinta-feira 28 de novembro de 2024
INSTITUCIONAL - Um estudo realizado pela organização internacional British Council mostra que entre os professores que dão aulas de inglês nas escolas públicas brasileiras, cerca de 55% não têm formação específica no idioma para lecionar a disciplina. Quando perguntados a respeito do material didático utilizado nas aulas, 81% reclamam da falta ou da inadequação.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (02) pelo Observatório para o Ensino da Língua Inglesa no Brasil. Este é o primeiro estudo lançado pela British Council no Brasil. A organização atua com o objetivo de reunir dados e evidências para subsidiar políticas públicas e tomadas de decisão no setor. Para isso, realiza a cooperação com países parceiros em áreas como educação, artes e sociedade.
O Observatório da British mostra que 65% dos professores de inglês também são responsáveis por lecionar outras disciplinas nas escolas, além de que 70% são responsáveis por mais de seis turmas por semana. Mesmo com o volume de trabalho, 55% buscam capacitações periódicas ligadas ao ensino do idioma. A estrutura, ou melhor, a falta dela, também foi tema de análise. Metade dos alunos, por exemplo, diz que se motiva por acesso a músicas em inglês, mas isso está presente apenas em 15% das salas de aula.
O Observatório para o Ensino da Língua Inglesa no Brasil faz parte do programa Skills for Prosperity (Habilidades para Prosperidade, em tradução livre) lançado no Brasil também nesta quarta-feira, que visa aprimorar o ensino de inglês em países em desenvolvimento. Além do Brasil, fazem parte do programa México, Egito, Nigéria, Quênia, África do Sul, Filipinas, Malásia e Indonésia.
Em entrevista à Agência Brasil, a gerente sênior de inglês do British Council, Cintia Toth Gonçalves, avaliou que o ensino de qualidade nas escolas públicas depende, entre outros fatores, diretamente com uma boa formação dos docentes. “Não tem uma política muito clara para formação de professores [de inglês]. Não tem ações específicas, uma política de formação continuada. Isso recai muito mais sobre o professor, que tem que abrir mão do tempo livre, porque muitas vezes não liberam para formações”, opina.