Fundado em 11/10/2001
porto velho, domingo 24 de novembro de 2024
PIMENTEIRAS DO OESTE, RO: A pacata cidade de Pimenteiras do Oeste, que fica na margem brasileira do rio Guaporé, e é a menor do Cone Sul de Rondônia, está vivendo dias agitados, com hotéis lotados e intenso tráfego de embarcações descendo em direção a um garimpo na Bolívia.
Recentemente, um garimpeiro que estava vindo da área onde o “ouro boliviano” é extraído, morreu ao cair no Guaporé, depois que o barco em que estava junto com outros dois brasileiros, foi atingido por uma embarcação cujo piloto é do país fronteiriço.
Mato-grossense de Matupá que estava buscando riqueza no garimpo próximo à vila de Piso Firme, na Bolívia, o operador de máquinas Nirceu Pinheiro Jardim viveu momentos de pavor no meio da mata, onde sua cadelinha de estimação foi devorada por uma onça.
Moradores de Pimenteiras, foram entrevistados e disseram que já notam a transformação da cidade, motivada pela “corrida do ouro”: caminhões, picapes, máquinas pesadas e outros equipamentos passam pela localidade ribeirinha e seguem para fazendas próximas à Bolívia.
Grandes balsas saem de Pimenteiras e descem o rio para apanhar os veículos nas propriedades rurais e atravessá-los para o outro lado do rio Guaporé, num trajeto de mais de duas horas de viagem a favor da correnteza.
A presença de garimpeiros de Ariquemes, de Mato Grosso, do Pará e de outros Estados é percebida pelos pimenteirenses, que veem a economia local e o mercado de trabalho mais aquecidos a cada dia que passa.
Para extrair o minério dourado, os aventureiros entram Bolívia adentro e enfrentam condições hostis, já que o abastecimento, tanto de combustível quanto de alimentos, é garantido por pequenas vilas. A cidade boliviana mais próxima fica a cerca de 500 km de distância.
Apesar dos efeitos econômicos positivos, a atividade garimpeira também gera apreensão quanto à segurança do lado brasileiro do Guaporé. Isso porque o ouro extraído entra ilegalmente no país através de Pimenteiras, onde já correm boatos sobre ataques de “piratas de rio” contra as embarcações, embora ninguém confirme estas investidas de “corsários de água doce”.