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    porto velho, sábado 23 de novembro de 2024

Anta é resgatada de incêndio no Parque Guajará-Mirim e 'adota' brigadistas

No acampamento dos brigadistas, a anta recebe carinho, alimentação e interage com as pessoas. Parque é uma das maiores unidades de conservação de Rondônia...


Por Rede Amazônica e g1 RO

Publicada em: 21/08/2024 16:13:17 - Atualizado

Anta é resgatada e 'adota' brigadistas em RO — Foto: Arquivo Pessoal

GUAJARÁ-MIRIM RO: Uma anta foi resgatada por brigadistas em um dos focos de incêndio que atingem o Parque Guajará-Mirim há mais de um mês, assustada e desidratada. Mesmo depois de tratada e solta, ela volta todos os dias como se tivesse "adotado" a base e os brigadistas como família.

"O comportamento da anta de voltar todo dia aqui onde nós estamos é a sensação de segurança pois aqui ela é bem tratada e é bem alimentada, não tem risco nenhum pra ela aqui então ela se sente segura", aponta Luiz Machado, agente do PrevFogo.

Imagens gravadas por Luiz mostram a anta recebendo carinho, alimentação e interagindo com os brigadistas no acampamento montado provisoriamente durante o combate ao fogo no Parque Guajará (assista acima).

O Parque é uma das maiores unidades de conservação de Rondônia e está em chamas há mais de um mês. Dados do Painel do Fogo apontam que o fogo já atingiu uma área de quase 50 mil campos de futebol, equivalente a aproximadamente 22% de toda a área do parque.

A equipe do Prevfogo, órgão responsável pela prevenção e controle de queimadas, atuava no combate às chamas quando encontrou a anta. Além de muito assustado, o animal estava com sinais de desidratação. Ele foi resgatado e tratado por veterinários.

Após o resgate, a equipe montou um viveiro no acampamento em que estão instalados, para tratar da saúde do animal, mas ele não se adaptou. O animal foi solto em uma área do parque livre do fogo, mas retorna pelo menos 4 vezes ao dias para a base da equipe.

O comportamento dócil e carinhoso não é comum da espécie, segundo o biólogo Flávio Terassini. Ele conta que o animal pode ter sido criado em cativeiro, o que explica a aproximação com os agentes.

Queimando a um mês

De acordo com o painel do foco, existem cerca de 12 pontos onde os focos de incêndio estão concentrados. Agentes do Ibama atuam no combate às chamas há mais de um mês e apontam como dificuldade o baixo efetivo e falta de apoio aéreo.

O Parque Guajará-Mirim tem mais de 200 mil hectares e é responsabilidade do governo de Rondônia, por se tratar de uma unidade de conservação estadual.

Os incêndios são investigados pela Polícia Ambiental, mas a principal suspeita é que se trata de ação criminosa. Garrafas de combustíveis foram encontradas pelos agentes próximas aos focos de incêndio, além de “armadilhas” espalhadas pelo parque.

De acordo com César Guimarães, superintendente do Ibama, um dos principais problemas no combate às chamas dentro do Parque Guajará-Mirim é a reignição: a reativação de incêndio já combatido e extinto.

Parque Guajará-Mirim

O Parque Estadual de Guajará-Mirim é uma unidade de proteção integral, com aproximadamente 220 mil hectares, localizada na zona rural de Nova Mamoré. A UC foi criada há mais de 30 anos, através do Decreto Nº 4.575, de 23 de março de 1990.

Ao longo dos anos, a região vem sofrendo devastação em decorrência da permanência de invasores no local. Os crimes mais recorrentes são extração ilegal de madeira, desmatamento, incêndio, pastagem, caça e pesca ilegal e grilagem de terras.

Para entender a importância de preservação do Parque, cabe ter conhecimento que dentro da unidade existem diversas espécies, seja da flora ou da fauna, que são ameaçadas de extinção, quase ameaçadas ou vulneráveis.


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