VILHENA - Durante os últimos nove meses, tempo que perdura a pandemia no novo Coronavírus, o número de famílias assistidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Vilhena, deu um salto gigantesco e cancelou um dos eventos de final de ano mais populares da cidade.

Normalmente, a Assistência Social sempre teve em seu cadastro mensal para recebimento do chamados "Benefícios Eventuais", que englobam a distribuição de cestas básicas, auxílio funeral e passagens para o caso de imigrantes, cerca de 50 famílias, porém, nos últimos nove meses esse número saltou para a marca de quase 7 mil cadastros.

O número se dá pelo fato das restrições da pandemia terem colocado muitas famílias em situação de vulnerabilidade temporária, por terem perdido o emprego com o fechamento de algumas pequenas empresas ou por terem perdido sua clientela devido o distanciamento social obrigatório.

De motoristas de van, que não possuem outra fonte de renda, mas tiveram que parar devido o cancelamento das aulas presenciais, a Assistência Social tem atendido mensalmente até profissionais do sexo, que entraram em situação de vulnerabilidade por não poderem trabalhar.

Diante do salto gigantesco, os gastos do órgão municipal acabaram cancelando a realização da campanha "Natal Solidário" deste ano, através da qual sempre foram distribuídas mais de 2 mil cestas básicas para famílias carentes.

Segundo o secretário municipal de Assistência Social de Vilhena, Rafael Nunes Reis, não será possível a realização do evento, uma vez que o número de famílias assistidas atualmente, de forma mensal, mais que dobrou em relação às que normalmente são beneficiadas com a campanha.

Sem fechar as portas um só dia por conta da pandemia, a Assistência Social tem acompanhado mensalmente famílias dos mais variados bairros de Vilhena, inclusive da região central, que tiveram suas rendas cortadas ou reduzidas ao ponto de não conseguirem custear as necessidades mais básicas do dia a dia.

Porém, como a situação de vulnerabilidade dessas famílias cadastradas por conta da crise sanitária não é permanente, todos os meses os cadastros são reavaliados para constatar a necessidade de continuidade no recebimento da assistência, para que mais famílias possam ser alcançadas.

"A situação é instável, pois todos os meses é realizada uma reavaliação dos beneficiados já cadastrados e dos novos que são inseridos no sistema diariamente, podendo o número diminuir ou aumentar", relatou Rafael.

Porém, este número poderia ser bem maior, caso o sistema de cadastro não tivesse sido automatizado na pandemia, pois isso impossibilita que uma mesma família receba o benefício em dobro, cruzando informações e cancelando os registros onde duas pessoas da mesma residência façam a solicitação.