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porto velho, sexta-feira 11 de julho de 2025
VILHENA-RO: A reportagem entrevistou, na manhã desta sexta-feira, 15, a mulher que, após a chacina que deixou cinco mortos numa fazenda em Vilhena, fugiu da propriedade junto com um colega de trabalho e duas crianças (RELEMBRE O CRIME).
A mulher [A. de F. de S.], de 37 anos, contou que, após o jantar, ela e o marido, [J. R. B. dos R.], de 21 anos, iam jogar dominó. Na área da casa estava [O. S.], 34, conhecido como “Neguinho” e, numa mesa do lado de fora, um rapaz conhecido como “Lagoa”, que também trabalhava na fazenda. Os dois foram mortos diante de [A. F.], que estava trabalhando como cozinheira no local há 15 dias.
De acordo com a versão da sobrevivente, no momento em que a esposa do fazendeiro “Nego Zen”, [S. B.], saía do quarto onde o marido havia ficado assistindo televisão com os dois netos, homens armados saíram de um matagal próximo e, aos gritos de “perdeu, perdeu”, renderam todos os que estavam na casa. Os celulares de todos os que estavam na fazenda foram tomados e jogados em um balde com água.
Enquanto um grupo mantinha [S. B.] e os empregados junto ao fogão, outra parte do bando (eram sete homens no total) executava Nego Zen a tiros. A necropsia irá revelar se ele também foi torturado e atingido por golpes de faca, conforme a polícia suspeita pelas marcas em seu corpo.
Com todos rendidos e de joelhos, os assassinos executaram quatro dos reféns com tiros na cabeça. Ainda não se sabe porque [A. F.] e outro empregado da fazenda, identificado como [R. S. F.], foram poupados. “Acho que eles deixaram a gente vivo para cuidar das crianças”, disse a cozinheira, referindo-se aos dois netos de Nego Zen, com idades de 7 e 9 anos.
Após matarem friamente as quatro pessoas, um dos assassinos teria dito a [R. S.] que aquela era “uma rixa antiga entre nós e o Nego Zen”. Em seguida, o casal de empregados e os meninos foram trancafiados num cômodo, de onde só conseguiram sair na manhã seguinte.
Resgatados na estrada após conseguirem arrombar a janela do cativeiro e levados para uma fazenda próxima, [R. S.] e [A. F.] foram trazidos para Vilhena e mantidos em um hotel da cidade. Os dois irão participar do velório dos patrões, na Capela Mortuária, na manhã de hoje.