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porto velho, sábado 8 de fevereiro de 2025
MUNDO: O desaparecimento do Titan, o submarino que desceu às profundezas do Atlântico Norte no último domingo (18), não é o único fato traumático envolvendo veículos que desceram em busca dos destroços do Titanic. Em 2000, um jornalista norte-americano foi ao local em um submersível, que ficou preso na hélice do navio por cerca de meia hora.
“De repente, senti todo o peso do mar sobre mim”, afirmou Michael Guillen, ex-correspondente da emissora norte-americana ABC. “Eu sei exatamente como eles (os cinco ocupantes do Titan) se sentiram naquele momento”.
Guillen foi convidado para acompanhar, para a ABC News, a visita de um submersível aos destroços do Titanic. Ele foi acompanhado de um amigo mergulhador e de um piloto russo, que comandou a operação.
O jornalista confessou ter se assustado ao receber o convite. “Meu primeiro impulso foi pensar: ‘oh, Deus, não. Eu não quero fazer isso’. Mas eu tinha de fazer meu trabalho”.
Ele conta que tudo correu bem até checar à popa do navio, quando uma corrente empurrou o submersível para a hélice. “Foi um momento de confusão: ‘o que está acontecendo’. Depois, percebi que estávamos presos, 2,5 milhas (cerca de 4.000 metros) abaixo da superfície”.
Guillen falou da sensação curiosa de estar vivo “embaixo de toda aquela água” e dos sentimentos que vieram em seguida: primeiro a de preocupação em descobrir como sair dali.
“Depois, pensei: ‘é isso, não tem jeito de sair. Vou ficar aqui no fundo do Atlântico Norte’ e senti grande tristeza”. O drama durou cerca de 30 minutos, segundo Guillen, até que o piloto conseguiu salvar o submersível.