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porto velho, quarta-feira 12 de fevereiro de 2025
MUNDO: O embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil junto à Palestina, afirmou na manhã deste sábado (11) que ainda não há possibilidade de saída dos 34 brasileiros e familiares da Faixa de Gaza pela passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.
Segundo Candeas, o pré-requisito para a abertura da fronteira para a evacuação dos estrangeiros contemplados com autorização para deixar o território palestino é a passagem de comboio de ambulâncias com feridos, que têm prioridade na fila para cruzar a fronteira.
A logística de deslocamento das ambulâncias, porém, foi prejudicada após bombardeios em grandes centros de saúde palestinos.
“Não há perspectiva para deslocamento desses veículos, pois há hospitais cercados e atacados, sem possibilidade de transferência de feridos do Norte para o Sul da Faixa”, explicou o embaixador.
O grupo aguarda a liberação para cruzar a fronteira e, assim que chegarem no território egípcio, eles farão um trajeto de cerca de 55 km por via terrestre até chegar ao aeroporto de Al-Arish, no Egito.
Lá, uma aeronave da Presidência da República os espera os brasileiros para partirem ao Brasil. Antes dos ataques aos hospitais, a expectativa era de que o primeiro voo com repatriados de Gaza chegasse a em solos brasileiros no domingo (12).
Além dos 34 brasileiros já autorizados a deixar Gaza em lista divulgada na última quinta-feira (9), há um segundo grupo de cerca de 40 pessoas na região à espera de serem incluídas em uma próxima relação.
A informação foi confirmada à CNN por integrantes do alto escalão do Itamaraty nesta sexta-feira (10).
Os militares israelenses afirmaram que um projétil lançado de dentro da Faixa de Gaza teria falhado e atingido o hospital al-Shifa, o maior da região palestina, nesta sexta-feira (10).
“Hoje cedo, as FDI [Forças de Defesa de Israel] receberam relatos de um ataque ao Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza. O escritório de mídia administrado pelo Hamas na Faixa de Gaza alegou imediatamente que este foi um ataque realizado pelas FDI”, disse o porta-voz das FDI, tenente-coronel Richard Hecht, em nota enviada à CNN.
As FDI disseram que um exame dos seus sistemas operacionais indicou que “um projétil falhado lançado por organizações terroristas dentro da Faixa de Gaza atingiu o Hospital al-Shifa”.
Os Médicos Sem Fronteiras afirmam ter perdido contato com sua equipe do Hospital al-Shifa.
“Nas últimas horas, os ataques contra o Hospital al-Shifa intensificaram-se dramaticamente. A equipe [dos Médicos Sem Fronteiras] do hospital relatou uma situação catastrófica lá dentro”, disse o grupo humanitário em uma postagem no X, antigo Twitter, às 3h43 (horário de Gaza), nesta sexta-feira.