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porto velho, terça-feira 25 de fevereiro de 2025
MUNDO: A eleição nos Estados Unidos aponta para dois caminhos opostos em relação à maneira como a Casa Branca deve conduzir a diplomacia americana nos próximos quatro anos.
Por um lado, o democrata Joe Biden promete reforçar o papel dos EUA nos órgãos multilaterais, promovendo uma integração cada vez maior entre seus aliados. Por outro, o candidato republicano Donald Trump se comprometeu a criar barreiras alfandegárias para produtos estrangeiros, além do distanciamento dos aliados europeus e do abandono das iniciativas globais de combate às mudanças climáticas.
Qualquer que seja a escolha dos americanos no dia 5 de novembro, ela será determinante para a maneira como o Brasil se relaciona diplomaticamente com os EUA — os dois países mais populosos e mais ricos do continente.
Confira abaixo quais seriam os impactos da volta dos Republicanos à Casa Branca ou, então, da manutenção da Coalizão Democrata no poder até 2028.
A Convenção Nacional Republicana acabou na quinta-feira (18) após quatro dias de uma apoteose conservadora que consolidou a chapa Donald Trump-JD Vance na busca pelo retorno do movimento MAGA (Make America Great Again) à Casa Branca.
O evento termina, também, em meio a um cenário de favoritismo de Trump em relação ao candidato à reeleição, Joe Biden, que precisou se afastar dos eventos de campanha na quarta-feira (17) depois de ter um diagnóstico confirmado de Covid-19.
Mas como uma possível volta dos republicanos à Presidência pode alterar as relações diplomáticas dos EUA com o Brasil e com a América Latina?
Primeiro, ainda não há uma posição oficial do Partido Republicano em relação ao Brasil.
O documento que guia as políticas da coalizão conservadora nesta eleição, chamado de Projeto 2025, conta com pouco mais de 30 páginas relacionadas à diplomacia. A relação dos EUA com o Brasil não é citada em nenhuma delas.
Ainda assim, o Projeto 2025 aponta a visão que os conservadores querem para a região da América Latina como um todo, pedindo por possíveis parcerias bilaterais no combate à imigração direcionada aos EUA.
Para Bruna Santos, diretora do Brazil Institute do think tank americano Wilson Center, a melhor forma de avaliar os impactos de uma possível volta de Trump à Casa Branca é olhar para os efeitos do seu primeiro mandato — marcado pela incerteza nas relações diplomáticas e pelo desprezo às alianças já consolidadas entre os países próximos aos EUA.