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    porto velho, segunda-feira 21 de julho de 2025

Vitória de Marina Silva mantém Norte isolado e ignora realidade do povo amazônico

O caso ganhou notoriedade após denúncias do senador Plínio Valério (AM), que acusou o Tribunal Regional Federal...


Redação

Publicada em: 21/07/2025 11:31:50 - Atualizado

Imagem: g1

PORTO VELHO-RO: Mais uma vez, a promessa de integração da região Norte ao restante do Brasil por via terrestre é adiada. Sob o discurso ambientalista da ministra Marina Silva, o asfaltamento da BR-319 segue bloqueado, mantendo o Amazonas — e por consequência, estados vizinhos como Rondônia, Acre e Amapá — reféns de decisões que parecem desconsiderar a realidade social e econômica da Amazônia brasileira.

Apesar dos apelos constantes da população e da classe política da região, novas barreiras legais foram erguidas contra a reestruturação da BR-319, rodovia que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO). A recente decisão judicial, motivada por uma ação de uma pequena ONG, revogou uma licença ambiental anteriormente concedida com base em diversos estudos técnicos. Essa reviravolta representa mais um episódio do impasse entre o desenvolvimento regional e a agenda ambiental liderada por Marina Silva.

O caso ganhou notoriedade após denúncias do senador Plínio Valério (AM), que acusou o Tribunal Regional Federal da 1ª Região de atender prontamente aos interesses de organizações ambientalistas estrangeiras, ignorando a voz de milhões de brasileiros que vivem isolados por falta de infraestrutura básica.

Mas a estagnação da BR-319 não para por aí. Em mais uma manobra capitaneada pelo Ministério do Meio Ambiente, foi incluída a exigência de um novo estudo — a chamada Avaliação Ambiental Estratégica — que deverá atrasar o projeto por pelo menos mais um ou dois anos. Para os críticos, trata-se de um entrave burocrático deliberado, com o claro objetivo de empurrar a obra para um futuro indefinido.

A ministra Marina Silva, considerada símbolo do ambientalismo rigoroso, celebra mais uma "vitória", mas os efeitos dessas decisões se revelam derrotas concretas para os cidadãos da Amazônia, que continuam distantes dos serviços e oportunidades garantidos ao restante do país. A BR-319, vale lembrar, é a única via terrestre que pode conectar Manaus ao restante do Brasil — e sua paralisação é um símbolo da negligência com que o Norte é tratado.

De acordo com especialistas e parlamentares da região, a situação já beira o absurdo. Enquanto países amazônicos como o Peru, Colômbia e Bolívia investem fortemente em infraestrutura para integrar suas regiões remotas, o Brasil prefere manter seu maior bioma como um museu intocável — administrado, na prática, por ONGs e entidades internacionais, com pouca ou nenhuma escuta à população local.

Rondônia, Acre, Amapá e outros estados do Norte, que dependem direta ou indiretamente da BR-319, sentem-se desamparados por um governo que prometeu desenvolvimento regional, mas na prática se curva à militância ideológica e a pressões externas. O isolamento não é apenas geográfico — é também político, econômico e social.

Enquanto isso, a capital Manaus segue como a única metrópole do planeta sem acesso terrestre ao restante do país. Um retrato da contradição: em nome da "preservação", condena-se o povo amazônida à invisibilidade.


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