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    porto velho, quarta-feira 12 de fevereiro de 2025

Oposição no Brasil ecoa ataques de Trump à USAID para desgastar o presidente Lula

Críticos do governo Lula tem replicado ataques de Trump e Musk contra a USAID, e acusado a agência de interferir nas eleições de 2022


METROPOLES

Publicada em: 11/02/2025 11:39:32 - Atualizado


FOTO METROPOLES

MUNDO: Visto como uma nova oportunidade de ascensão da direita na América Latina, os primeiros dias do novo mandato de Donald Trump já renderam munição para a oposição atacar e tentar enfraquecer o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso mais recente envolve uma suposta interferência da a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) nas últimas eleições presidenciais no Brasil.

Polêmica com a USAID

  • Criada durante a Guerra Fria com o objetivo de aumentar a presença internacional dos EUA, e combater o avanço da União Soviética, a USAID é atualmente o maior doador individual de ajuda humanitária ao redor do mundo.
  • A agência passou a ser atacada pelo bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) de Trump, que acusou a pasta de ser um “ninho de víboras marxistas de esquerda radical”.
  • O presidente dos EUA também adotou a retórica de Musk, e classificou a USAID de ser composta por “radicais loucos de esquerda”. Assim como o dono do X, Trump não apresentou qualquer prova que sustente as acusações.
  • Trump afirmou, no último dia 4 de fevereiro, que pretende fechar a agência.

A história começou a repercutir em alas da oposição, principalmente entre parlamentares ligados ao bolsonarismo, na última semana, após um ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA fez uma série de acusações contra a agência. Entre elas, um possível trabalho de interferência política em alguns países por meio de financiamento.

No último dia 3 de janeiro, Mike Benz foi entrevistado pelo ex-marqueteiro e conselheiro de Trump, Steve Bannon, e afirmou que Jair Bolsonaro (PL) ainda seria presidente do Brasil caso a USAID não existisse. De acordo com o ex-chefe da divisão de informática do Departamento de Estado dos EUA, a agência teria interferido nas eleições de 2022 por meio de financiamentos para controlar, e censurar, informações sobre o ex-presidente.

As acusações do ex-funcionário do governo norte-americano surgiram após Musk iniciar uma cruzada contra a agência, na tentativa de descredibilizar e minar o trabalho do órgão.

Desde então, a oposição no Brasil tem usado as acusações de Benz, Musk e Trump sobre a USAID ter influenciado a política de países terceiros – sem que provas fossem apresentadas – para voltar a ecoar a narrativa de que as eleições presidenciais de 2022 foram fraudadas.

A retórica foi repercutida principalmente pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho de Jair Bolsonaro. Entre 3 e 10 de fevereiro, 36 das 112 publicações do parlamentar no X, entre posts e republicações, foram focadas nos boatos sobre a USAID, segundo levantamento.


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