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porto velho, quarta-feira 12 de fevereiro de 2025
MUNDO: Visto como uma nova oportunidade de ascensão da direita na América Latina, os primeiros dias do novo mandato de Donald Trump já renderam munição para a oposição atacar e tentar enfraquecer o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso mais recente envolve uma suposta interferência da a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) nas últimas eleições presidenciais no Brasil.
A história começou a repercutir em alas da oposição, principalmente entre parlamentares ligados ao bolsonarismo, na última semana, após um ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA fez uma série de acusações contra a agência. Entre elas, um possível trabalho de interferência política em alguns países por meio de financiamento.
No último dia 3 de janeiro, Mike Benz foi entrevistado pelo ex-marqueteiro e conselheiro de Trump, Steve Bannon, e afirmou que Jair Bolsonaro (PL) ainda seria presidente do Brasil caso a USAID não existisse. De acordo com o ex-chefe da divisão de informática do Departamento de Estado dos EUA, a agência teria interferido nas eleições de 2022 por meio de financiamentos para controlar, e censurar, informações sobre o ex-presidente.
As acusações do ex-funcionário do governo norte-americano surgiram após Musk iniciar uma cruzada contra a agência, na tentativa de descredibilizar e minar o trabalho do órgão.
Desde então, a oposição no Brasil tem usado as acusações de Benz, Musk e Trump sobre a USAID ter influenciado a política de países terceiros – sem que provas fossem apresentadas – para voltar a ecoar a narrativa de que as eleições presidenciais de 2022 foram fraudadas.
A retórica foi repercutida principalmente pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho de Jair Bolsonaro. Entre 3 e 10 de fevereiro, 36 das 112 publicações do parlamentar no X, entre posts e republicações, foram focadas nos boatos sobre a USAID, segundo levantamento.