Zelensky diz que não participará de diálogo entre EUA e Rússia sobre fim da guerra
Líderes europeus se reúnem nesta segunda-feira (17), de olho na aproximação entre EUA e Rússia.
G1
Publicada em: 17/02/2025 11:16:06 - Atualizado
MUNDO: O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta segunda-feira (17) que não participará do diálogo entre Estados Unidos e Rússia para discutir propostas para o fim da guerra na Ucrânia. Zelensky afirmou também que não aceitará essas propostas.
Na terça-feira (18), representantes dos Estados Unidos e da Rússia se reunirão na Arábia Saudita para debater um acordo para concluir o conflito, que completará três anos no fim de fevereiro.
Fontes ouvidas por agências de notícias afirmavam que Zelensky nem sequer havia sido convidado para o encontro, proposto pelo governo de Donald Trump. Nesta segunda, o presidente ucraniano não deixou claro se recebeu convite ou não, mas deixou claro que não participará dele.
Na semana passada, Trump chegou a anunciar um encontro entre autoridades dos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia na Alemanha, na sexta-feira (14).Mas o governo ucraniano afirmou que não conversaria com os russos antes de traçar um plano com seus aliados.
Reunião da UE em Paris
Já Paris, na França, será palco de uma reunião de emergência com líderes europeus sobre a guerra na Ucrânia nesta segunda-feira (17). No radar estão conversas entre Estados Unidos e Rússia sobre um possível acordo para pôr fim ao conflito, que completará três anos no próximo dia 24.
A Ucrânia e líderes europeus passaram a desconfiar que os Estados Unidos poderiam negociar um acordo de paz com a Rússia sem a participação do governo ucraniano.
Na quinta-feira (13), Trump declarou que a Ucrânia teria "um lugar à mesa" nas negociações para o fim do conflito.
O presidente americano também chegou a anunciar um encontro entre autoridades dos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia na Alemanha, na sexta-feira (14). No entanto, o governo ucraniano afirmou que não conversaria com os russos antes de traçar um plano com seus aliados.
Temor europeu: Os Estados Unidos sugeriram que a Europa poderia não ter um papel ativo nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, o que gerou preocupações entre os líderes europeus. Além disso, há receio de que um possível acordo favoreça a Rússia.
Especialistas militares europeus alertam que concessões excessivas a Moscou, como a entrega de territórios ucranianos, colocariam a segurança do continente em risco.
Dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), também causou incômodo o fato de Trump ter ligado para Putin sem antes discutir um plano de paz com os aliados europeus.
Ao mesmo tempo, reuniões anteriores da União Europeia revelaram divergências internas sobre a formulação de um plano coeso para conter Putin e garantir a segurança da Ucrânia.
Para tentar acalmar os ânimos, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou no domingo (16) que a Europa faria parte de quaisquer "negociações reais" para o fim da guerra.
Os EUA também enviaram um questionário às autoridades europeias perguntando, entre outros pontos, quantas tropas cada país poderia disponibilizar para garantir a implementação de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Essas regiões ucranianas possuem minerais valiosos, essenciais para a indústria eletrônica.
Entre os recursos encontrados nessas áreas estão manganês, urânio, titânio, lítio, minérios de zircônio, além de carvão, gás e petróleo.
Inicialmente, Zelensky havia elaborado um "plano da vitória" que permitia a exploração desses minerais por aliados em solo ucraniano.
Diante da aproximação entre Trump e Putin, o presidente ucraniano demonstrou preocupação. Em entrevista à rede americana NBC, Zelensky questionou se os minerais localizados em áreas da Ucrânia atualmente ocupadas pela Rússia seriam entregues a Putin em um eventual acordo.