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porto velho, domingo 22 de dezembro de 2024
MUNDO- Uma mulher acusa o ex-presidente americano George H.W. Bush de assediá-la quando tinha 16 anos. O caso, revelado pela revista Time nesta segunda-feira, aconteceu em novembro de 2003, quando Roslyn Corrigan, ao posar para uma fotografia na companhia de sua mãe com o político, teve suas nádegas apalpadas.
O relato é o sexto do tipo feito por mulheres que alegam ter sido vítimas de “toques inapropriados” pelo pai de George W. Bush.
De acordo com Corrigan, o incidente ocorreu em um evento da CIA em Woodlands, no Texas, agência para a qual seu pai trabalhava. “Minha reação inicial foi de completo horror, fiquei muito, muito confusa”, disse Corrigan à publicação. “Assim que a contagem para clicar a foto foi feita, ele desceu suas mãos da minha cintura até as minhas nádegas e as apalpou, o que é o motivo pelo qual estou de boca aberta na foto”, explicou.
“O que uma adolescente diz para o ex-presidente dos Estados Unidos? Algo como ‘cara, você não devia ter me tocado dessa forma?’”, contou Corrigan sobre o encontro com Bush”pai”, à época com 79 anos. O teor da acusação é similar ao daquelas divulgadas pela atriz Heather Lind, que disse que Bush a agrediu sexualmente enquanto ela estava posando para uma foto. Além de apalpá-la por mais de uma vez, Lind alega que o ex-presidente contou uma “piada suja” enquanto as fotos eram feitas.
Jim McGrath, porta-voz de Bush, disse à Time que o ex-chefe da Casa Branca não tem consciência de “ter intencionalmente provocado dano ou sofrimento” às vítimas e “novamente pede desculpas a qualquer pessoa a quem ele possa ter ofendido durante uma sessão de fotos”. Em resposta a acusações passadas, o assessor havia pontuado que a baixa estatura de Bush, desde 2012 em cadeira de rodas, é umas das razões que explicam os “toques acidentais”. No caso de Corrigan, contudo, o ex-presidente aparece de pé na foto.
Além de Corrigan e Lind, a atriz Jordana Grolnick, a escritora Christina Baker Kline, a jornalista Liz Allen e Amanda Staples, ex-candidata ao Senado pelo Estado do Maine, revelaram ter sido “tocadas atrás” por Bush. Todas as acusações foram feitas entre os dias 24 e 26 de outubro, na esteira das denúncias de abuso sexual contra o produtor Harvey Weinstein.
Uma quinta mulher acusou na segunda-feira o candidato republicano ao Senado Roy Moore de tê-la assediado sexualmente quando era adolescente, como já fizeram outras quatro supostas vítimas. Moore, ex-juiz do Alabama e evangélico ultraconservador, nega as acusações e sua campanha atribui as denúncias a uma “caça às bruxas”.
Em entrevista coletiva em Nova York, a empresária Beverly Young Nelson acusou Moore de tê-la assediado sexualmente em 1978, quando tinha 16 anos e trabalhava como garçonete. Nelson, atualmente com 55 anos, revelou que Moore, à época com o dobro da sua idade, tentou forçá-la a fazer sexo quando lhe deu uma carona ao final de seu turno no restaurante. O então promotor teria estacionado o carro na parte de trás do local e trancado a porta, antes de agarrar Nelson pelo pescoço e tentar obrigá-la a fazer sexo oral, revelou a mulher ao lado da advogada Gloria Allred.
Moore se defendeu das acusações, as quais qualificou como “absolutamente falsas”. “Nunca fiz o que ela disse, não conheço essa mulher, não sei nada sobre ela”, disse o candidato republicano ao Senado em pronunciamento ao lado de sua esposa. Na sexta-feira, o presidente Donald Trump avaliou que se as denúncias forem comprovadas, seu companheiro de partido deverá abandonar a corrida eleitoral no Alabamba, a qual disputa em dezembro contra o democrata Doug Jones.