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porto velho, domingo 22 de dezembro de 2024
PORTUGAL - O anúncio da existência de um acordo para distribuir os migrantes a bordo do "Alan Kurdi" foi feito hoje por Malta que adiantou, no entanto, que não permitirá que o navio de resgate humanitário, de bandeira alemã, atraque nos seus portos.
A transferência dos migrantes do navio humanitário para portos de Malta será, assim, feita com barcos malteses, sendo as pessoas depois distribuídas por Portugal, Alemanha, França e Luxemburgo.
A Lusa contactou o Ministério da Administração Interna para saber pormenores da operação, mas fonte oficial remeteu esclarecimentos para mais tarde.
O barco, da organização humanitária alemã Sea-Eye, esteve vários dias "preso" no mar Mediterrâneo, sem porto onde atracar, depois de tanto a Itália como Malta terem recusado a entrada dos 64 migrantes -- 50 homens, 12 mulheres e 2 crianças.
A justificar esta recusa as autoridades maltesas alegam que a atividade dos navios humanitários na Líbia encoraja os traficantes de seres humanos.
Durante estes dias, a organização humanitária fez vários pedidos a Malta e a Itália para autorizarem o desembarque, até porque o barco se encontrava sem comida nem água, mas nenhum dos países deu autorização, tendo as autoridades italianas impedido até a aproximação à ilha de Lampedusa.
Esta não é a primeira vez que um país recusa receber um barco com migrantes e refugiados a bordo, situações que têm acabado por ser resolvidas apenas quando outros governos europeus aceitam dar asilo aos migrantes.
Em janeiro deste ano, dois barcos com quase 50 migrantes estiveram parados no mar, junto à costa de Malta, durante semanas.
Os navios de resgate também pertenciam a uma organização não-governamental alemã, e tinham recolhido 32 migrantes de um barco sem condições de segurança, na costa da Líbia, a 22 de dezembro, e depois mais 17 a 29 de dezembro.
Os dois navios estiveram parados em águas maltesas vários dias, depois de Malta, Itália e outros países europeus se terem recusado a oferecer abrigo aos migrantes.
O caso acabou por resolver-se quando oito países europeus, incluindo Portugal, decidiram acolher os migrantes.