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porto velho, domingo 19 de janeiro de 2025
A Alemanha se prepara para virar a página no próximo domingo (26) após 16 anos de poder de Angela Merkel, com eleições legislativas de resultado incerto e que devem provocar longos meses de negociações para encontrar o sucessor da chanceler conservadora.
As eleições abrem uma nova etapa política na Alemanha, que tem Merkel como chefe de Governo desde 2005, e serão acompanhadas com grande atenção pela importância política e econômica do país na União Europeia (UE).
Ainda muito popular entre o eleitorado após quatro mandatos em que se tornou uma figura crucial na política internacional, Merkel é a primeira chanceler no cargo que não disputará a reeleição desde 1949.
Mas o que acontecerá com a coalizão entre a CDU/CSU democrata-cristã de Merkel e o SPD social-democrata?
Poucas vezes a incerteza foi tão elevada neste país antes acostumado a um sistema bipartidário que, quase com toda certeza, precisará de uma aliança entre dois ou inclusive três partidos para a formação de um governo.
Uma pesquisa publicada na terça-feira (21) aponta a vantagem dos social-democratas liderados pelo ministro das Finanças, Olaf Scholz, com 25% das intenções de voto. Em segundo lugar aparece a CDU, com 22%, e o impopular Armin Laschet como candidato.
A crescente sensibilidade ecologista e a radicalização de um setor da população a respeito da política migratória provocaram o avanço de outros dois partidos, os Verdes (15%) e a extrema-direita do Alternativas para a Alemanha (AfD, 11%).
"As pesquisas não mostram um vencedor claro (...) Se levarmos em consideração a margem de erro, três partidos estão muito próximos", declarou à AFP o cientista político Karl-Rudolf Korte.
A eleição pode representar um duro revés para os conservadores de Merkel que, até hoje, sempre superaram a barreira de 30% dos votos nas legislativas.
Seu novo líder, Armin Laschet, não conseguiu preencher a lacuna da popular chanceler.
Governador de uma das regiões mais populosas do país, Renânia do Norte-Westfalia, este homem de 60 anos, afável mas desajeitado, não convence nem os simpatizantes de seu partido.
As inundações fatais de meados de julho no oeste do país, que afetaram muito sua região, provocaram a queda de sua popularidade quando foi filmado sorrindo durante uma visita às zonas devastadas.