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Sequestradores enviam a TV vídeo de jornalistas equatorianos mantidos reféns


Rondonoticias

Publicada em: 03/04/2018 15:51:16 - Atualizado

MUNDO- Uma equipe de jornalistas equatorianos sequestrados na semana passada na fronteira com a Colômbia pediu ao presidente do Equador, Lenín Moreno, que alcance um acordo com os seus sequestradores, em um vídeo exibido pelo canal colombiano RCN na madrugada de terça-feira. A gravação é a primeira prova de vida do jornalista, do fotógrafo e do motorista do jornal "El Comercio", um dos mais influentes do país, sequestrados supostamente por dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que não aderiram ao acordo de paz.

O vídeo de 23 segundos mostra o repórter Javier Ortega, de 32 anos, o fotógrafo Paúl Rivas, de 45, e o motorista Efraín Segarra, de 60, abraçados, com algemas e correntes no pescoço. Um dos reféns pede ao governo do presidente Lenín Moreno um acordo pela sua libertação.

É possível ouvir a exigência dos sequestradores, não identificados, de uma troca por três integrantes do grupo detidos Equador para que os repórteres possam ser liberados. O refém também pedem o fim da cooperação antiterrorista com a Colômbia.

— Senhor presidente Lenín Moreno, nossas vidas estão em suas mãos. O único que eles querem é o intercâmbio de seus três detidos no Equador por nossas vidas, por nossas três vidas, para irmos sãos e salvos para o Equador. E também a anulação deste convênio que têm Equador e Colômbia para acabar com o terrorismo — diz, no vídeo, Ortega.


A TV RCN não revelou como obteve o vídeo, nem a data ou o local da gravação. O governo do Equador criticou a emissora por divulgar o vídeo.

"Rechaçamos energicamente a midiatização por parte do canal colombiano. O bem estar dos cidadãos e dos seus familiares é priopridade para nosso governo, e, por esta razão, o manejo da informação tem sido e continuará a ser absolutamente responsável e coerente com os processos em curso para a liberação dos nossos compatriotas", disse, em nota, a Presidência equatoriana nesta manhã.

Desde o momento do sequestro, o primeiro de jornalistas equatorianos em três décadas, os profissionais de imprensa organizam vigílias em Quito para pedir o retorno dos colegas. Na quinta-feira, o governo equatoriano informou que estava em negociações para obter a libertação da equipe de imprensa, mas sem revelar detalhes sobre as demandas dos criminosos.

Ortega e os dois colegas foram sequestrados quando preparavam reportagens em Mataje, na fronteira com a Colômbia, região onde as autoridades dos dois países perseguem guerrilheiros que se afastaram do processo de paz com as já dissolvidas Farc. O Exército colombiano apontou dissidentes comandados pelo equatoriano Walter Artízala, conhecido como Guacho, como responsáveis pelo sequestro.

O comandante do Estado-Maior colombiano, general Alberto Mejía, declarou, no entanto, que não existem evidências de que os três reféns foram levados para o território colombiano, como afirma o governo equatoriano. No vídeo, um dos sequestrados dá a entender que estão fora do Equador.

Os grupos dissidentes, que, segundo a Inteligência militar colombiana, teriam 1,2 mil combatentes, são acusados de envolvimento com o narcotráfico e mineração ilegal. Guacho se afastou do processo de paz e permaneceu à frente de um grupo de entre 70 e 80 homens, que se desloca entre os dois países por uma área de selva.

Após o sequestro, os presidentes do Equador, Lenin Moreno, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, concordaram em reforçar a colaboração de suas forças armadas para combater o "crime transnacional". A fronteira colombiana-equatoriana é um dos principais pontos da rota do Pacífico usada pelos cartéis para transportar drogas para os Estados Unidos através da América Central.





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