Fundado em 11/10/2001
porto velho, segunda-feira 3 de fevereiro de 2025
MUNDO: O drama das inundações no Paquistão parece longe do fim. Mais que isso, o desastre dá sinais de que pode assumir maiores proporções. Com um em cada sete habitantes afetado e 6,4 milhões de pessoas precisando urgentemente de ajuda humanitária, o país vive sob novos riscos de fortes chuvas e mais enchentes.
Chuvas de monções excepcionais e o transbordamento de rios, após o derretimento acelerado das geleiras no norte do país, contribuem para o cenário de caos no Paquistão.
As inundações atingiram cerca de 33 milhões de pessoas e já mataram pelo menos 1.314, incluindo 458 crianças, de acordo com a Agência Nacional de Gerenciamento de Desastres do Paquistão. Um número que pode aumentar à medida que equipes de resgate e de ajuda humanitária chegarem a mais áreas atingidas pelo desastre.
Em Dadu, um dos distritos da província de Sindh, a mais atingida do país, as autoridades pediram que milhares de pessoas deixassem suas casas. O nível da água continua a subir diariamente em algumas áreas, como no distrito de KN Shah e seus subúrbios. A rodovia dos Indus, que atravessa esse distrito, está submersa. Os sinais de trânsito estão acima no nível da água, mas centenas de casas desapareceram sob as enchentes.
O nível da água chega a três metros em diversas regiões, deixando visível apenas a parte superior das fachadas de prédios mais altos, como o de alguns colégios.
As ruas, transformadas em rios, estão cheias de lixo, e cobras circulam pelas águas. Mas o maior receio são os escorpiões, muito numerosos em Sindh, uma vez que não há acesso a hospitais em caso de emergência.
Também não há acesso à água potável ou a alimentos. Redes de eletricidade e de telecomunicações estão suspensas, tornando essas pessoas ainda mais isoladas do mundo. O único meio de se abastecer é utilizando os barcos de socorristas ou de pescadores, mas estes últimos cobram pelos deslocamentos.
No momento, os temores de novas inundações vêm do lago Manchar, que fica a 80 km do distrito de Dadu. O lago, geralmente usado para o armazenamento de água, hoje transborda. Com suas válvulas submetidas à alta pressão, milhares de casas estão ameaçadas.
Autoridades abriram alguns acessos que permitem que a água flua para algumas aldeias que serão inundadas, o que deve permitir que os distritos de Dadu e de Sewan, que são muito populosos, sejam poupados. Cerca de 100 mil pessoas tiveram que ser deslocadas por causa do escoamento das águas do lago.
Mas a população se pergunta se a estratégia será suficiente, uma vez que as águas da chuva que caem nas montanhas da província vizinha do Baluchistão também podem chegar ao lago Manchar, aumentando ainda mais o volume de água represado no local.
Criando um cenário ainda mais sombrio, os serviços meteorológicos preveem mais chuvas para os próximos dias.
No coração de KN Shah, as equipes de resgate da fundação paquistanesa Edhi prestaram socorro a cerca de 1,2 mil pessoas nos últimos cinco dias. Para levar ajuda, eles começam a navegar sob as águas nas primeiras horas do dia à procura de aldeias submersas, onde resgatam pessoas que ficaram isoladas ou levam água potável para aqueles que não querem deixar suas casas. Muitos se recusam a abandonar suas residências por medo de saques.
Homens enviam suas esposas e filhos para se abrigarem com parentes em áreas não inundadas ou em campos de emergência, mas ficam em suas residências para protegê-las dos roubos. Em KN Shah, pelo menos 200 homens se recusam a deixar suas casas. Eles se instalam sobre os telhados, apesar dos riscos de desabamento.
No momento, os temores de novas inundações vêm do lago Manchar, que fica a 80 km do distrito de Dadu. O lago, geralmente usado para o armazenamento de água, hoje transborda. Com suas válvulas submetidas à alta pressão, milhares de casas estão ameaçadas.
Autoridades abriram alguns acessos que permitem que a água flua para algumas aldeias que serão inundadas, o que deve permitir que os distritos de Dadu e de Sewan, que são muito populosos, sejam poupados. Cerca de 100 mil pessoas tiveram que ser deslocadas por causa do escoamento das águas do lago.
Mas a população se pergunta se a estratégia será suficiente, uma vez que as águas da chuva que caem nas montanhas da província vizinha do Baluchistão também podem chegar ao lago Manchar, aumentando ainda mais o volume de água represado no local.
Criando um cenário ainda mais sombrio, os serviços meteorológicos preveem mais chuvas para os próximos dias.