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porto velho, terça-feira 4 de fevereiro de 2025
MUNDO: É rápido. Dispensa condutores. Possui uma classe Gold para passageiros premium. E é um dos sistemas de metrô mais avançados já construídos no mundo.
Estamos falando do metrô de Doha, um sistema de transporte elegante que se encarregou de levar os torcedores aos seus destinos durante a Copa do Mundo de futebol que acontece no Catar.
Construída principalmente no subsolo e em toda a capital do país e seus subúrbios, a rede está em operação desde 2019. Trata-se de uma alternativa de transporte confiável em uma cidade em rápida expansão, na qual os moradores há muito dependem dos carros, e o trânsito fica frequentemente congestionado.
A primeira fase do projeto envolveu a criação de 37 estações, com três linhas (Vermelha, Verde e Dourada) que percorrem uma rede de 76 quilômetros.
Os trens de 60 metros de comprimento totalmente automatizados têm capacidade para 416 passageiros e são divididos em três seções: Standard, Family (para mulheres solteiras e homens ou mulheres viajando com crianças de 11 anos ou menos) e Gold (para portadores de um cartão de transporte chamado Goldclub).
Limpos e espaçosos, os trens podem atingir até 100 quilômetros por hora e são totalmente equipados com sistemas de câmeras internas e rede pública de wi-fi. Além disso, têm entradas USB para que os passageiros da classe Gold possam carregar telefones celulares e tablets durante a viagem.
Todas as estações foram projetadas para representar uma visão de modernização e preservação, combinando características tradicionais da arquitetura regional com uma abordagem contemporânea.
“Era importante que o projeto se relacionasse com seu contexto, com a cidade de Doha e com o Catar”, disse Ben van Berkel, cofundador da UNStudio, um escritório de arquitetura holandês que se juntou ao Departamento de Arquitetura Ferroviária do Catar para criar as estações.
“Queríamos fundir o passado e o futuro do Catar em um gesto, então nos inspiramos em vários elementos arquitetônicos tradicionais do país – particularmente o arco – e ajustamos isso para criar o que chamamos de ‘espaços abobadados’”, continuou.
“Assim, enquanto os exteriores fazem referência à força monolítica da antiga arquitetura do Catar, os espaços interiores criam um efeito de luz, movimento e fluidez”.
Embora as formas curvas e a iluminação fossem os principais elementos do design, manter uma identidade arquitetônica clara também era essencial.
Van Berkel disse que um dos principais desafios de um projeto totalmente novo dessa escala é “criar um design que possibilite coerência e individualidade”.
“Por um lado, é necessário criar pontos de reconhecimento em toda a cidade, enquanto, por outro, cada estação individual tem que ter sua própria escala, identidade e responder ao seu contexto específico”, explicou.
Os arquitetos resolveram isso por meio do uso de elementos e materiais comuns, incluindo exteriores de arenito sólido e interiores impressionantes com o brilho da madrepérola, uma homenagem à longa história do Catar como um importante centro de comércio e mergulho para coleta de pérolas.
Conceber um sistema padrão, mas adaptável, também possibilitou usar uma variedade de configurações, cada uma respondendo aos requisitos e tamanhos específicos das estações individuais.
“A escala da rede de metrô em Doha exigiu um planejamento cuidadoso a fim de cumprir um cronograma estrito e atingir o mínimo de interrupção na infraestrutura existente”, disse Van Berkel. “Por isso, a flexibilidade virou uma meta no design e planejamento em todos os níveis”.