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porto velho, quinta-feira 6 de fevereiro de 2025
MUNDO- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu nesta 3ª feira (07.fev), durante discurso do Estado da União ao Congresso norte-americano, a posição do país como liderança global, e afirmou que os EUA estão prontos para enfrentar a China. A declaração acontece em meio à crise diplomática envolvendo supostos balões de espionagem chinês, sobrevoando o espaço aéreo norte-americano.
No pronunciamento, Biden prometeu mais investimentos na modernização da indústria norte-americana, de modo a devolver ao país o protagonismo na produção de tecnologias como os microchips.
"Antes de eu chegar a esse cargo, à presidência, havia essa questão de que a China estava aumentando seu poder e que os Estados Unidos estavam enfraquecendo e falhando, não mais. Eu deixei claro, nas conversas que tive com o presidente Xi [Jinping], que nós queremos sim a competição, mas não conflito. Mas, eu não vou me desculpar por investir para que os Estados Unidos fiquem mais fortes", declarou Biden.
"Hoje, nós estamos na posição mais forte, em décadas, para enfrentar a China ou qualquer um, em qualquer lugar do mundo"
O presidente norte-americano disse ainda estar disposto a trabalhar com a China em prol de avanços para o mundo e para suas nações, mas alertou: "toda vez que a China ameaçar nossa soberania, nós vamos agir para proteger nosso país.
O conflito entre Rússia e Ucrânia também foi outro tema abordado por Biden na pauta da política externa do país. O presidente norte-americano voltou a condenar o chamou de "ataque assassino" de Vladimir Putin ao povo ucraniano, e destacou o protagonismo dos EUA na união das Democracias mundiais contra a autocracia russa.
"Juntos, nós fizemos o que a América faz sempre da melhor forma: nós lideramos. Juntamos a OTAN, criamos uma coalização global, enfrentamos a agressão de Putin. Nos mantivemos juntos com o povo ucraniano".
"A invasão de Putin tem sido um teste para a América, um teste para o mundo. Nós vamos manter os princípios mais básicos, a soberania, defender o direito a viver longe da tirania, nós vamos garantir a defesa da Democracia, porque essa defesa é importante para gente porque garante a paz, e garante que ameaças estejam longe", acrescentou Biden.
União no Capitólio
Joe Biden também aproveitou o discurso do Estado da União para pedir apoio da parcela republicana do Congresso na aprovação do classificou como "leis bipartidárias". Dentre elas, investimentos na renovação da infraestrutura do país, na modernização da indústria e na ampliação do acesso à saúde e à educação.
"Muitas vezes disseram que os democratas e os republicanos não podem trabalhar sozinhos, mas nos últimos dois anos nós mostramos aos cínicos que eles estavam errados. Sim, nós discordamos muito, e sim, houve momentos em que democratas foram sozinhos. Mas, várias vezes, democratas e republicanos se juntaram, se uniram para defender uma Europa mais forte e segura, se juntaram para passar uma lei da infraestrutura, um plano ainda maior, com pontes conectando nações e nossos povos também", argumentou Biden, repetindo, em diversas ocasiões: "vamos terminar o trabalho!"
"O povo mandou uma mensagem clara para a gente: a luta pela luta, o poder apenas pelo poder, o conflito só pelo conflito, não nos leva a lugar nenhum".
O presidente norte-americano lembrou ainda da invasão ao Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, e ponderou que apesar do duro golpe, a democracia norte-americana segue intacta.
"Há dois anos, nossa democracia enfrentou sua maior ameaça desde a Guerra Civil. Hoje, embora machucada, nossa democracia permanece ereta e inteira".
"A razão pela qual nós tivemos a possibilidade de fazer tudo isso: a Democracia. É a coisa mais fundamental de todas. A Democracia, com ela tudo é possível. Sem a Democracia, nada é possível. Nos últimos anos, nossa democracia foi ameaçada e atacada, colocada em risco, testada aqui mesmo, naquele 06 de janeiro", disse Biden, defendendo o combate a discursos de ódio e o fortalecimento das instituições democráticas.
"A Democracia não pode ser uma questão partidária. É uma questão americana", declarou o presidente, sob aplausos de democratas e republicanos, acrescentando que o enfrentamento a ideias extremistas é o desafio desta geração.