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    porto velho, terça-feira 25 de março de 2025

Homem é condenado a 33 anos de prisão por matar mulher grávida para não assumir filho

Pena foi aplicada pelos crimes de feminicídio e aborto. Gabriel Henrique Santos era casado e tinha um relacionamento extraconjugal com a vítima...


Rede Amazônica

Publicada em: 25/03/2025 09:03:17 - Atualizado

PORTO VELHO-RO: O Tribunal do Júri da Vara Criminal de Pimenta Bueno (RO) condenou Gabriel Henrique Santos a 33 anos e 1 mês de prisão pelo assassinato de Antonieli Nunes e o aborto do filho que ela esperava. O réu mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima e cometeu o crime para não assumir a paternidade do filho que ela esperava.

A sentença foi lida após mais de 12 horas de julgamento. Gabriel não esteve presente na sessão e também não deu depoimento aos jurados. A pena foi fixada em regime fechado, sem possibilidade de recurso em liberdade.

O júri reconheceu que Gabriel cometeu feminicídio qualificado, com agravantes como motivo torpe, meio cruel e a impossibilidade de defesa da vítima. Segundo a denúncia, Antoniele foi asfixiada e, mesmo desacordada, recebeu um golpe de faca no pescoço.

O crime ocorreu logo após ela informar ao réu que estava grávida de um filho dele e não queria esconder quem era o pai. Gabriel, que era casado, disse em seu depoimento à polícia que teve um ataque de pânico e deu um “mata-leão” em Antonieli enquanto os dois estavam “deitados de conchinha”.

Além do feminicídio, Gabriel também foi condenado pelo crime de aborto sem o consentimento da gestante, previsto no artigo 125 do Código Penal. De acordo com a Justiça, a morte de Antoniele resultou automaticamente na morte do feto, tornando-se um crime duplo. A vítima estava animada com a gravidez e já havia começado os preparativos para a chegada do bebê.

A decisão da Justiça considerou não apenas a brutalidade do ato, mas também o comportamento do réu após o crime. De acordo com os autos, ele tentou se livrar de provas, descartando roupas de bebê e o celular da vítima em um rio.

Durante o julgamento, familiares e testemunhas descreveram as consequências do crime. A mãe de Antoniele afirmou que a filha foi morta em um momento de vulnerabilidade e que a família vive um luto constante desde então. O pai relatou que a perda impactou a todos profundamente, especialmente o filho pequeno da vítima, que cresce sem a mãe.

Em relato ao g1, o irmão da vítima conta que espera que o julgamento seja um marco na luta contra a violência e feminicídio.

“A dor pela perda da minha irmã nunca vai passar. Espero que a justiça seja feita, não só para minha irmã, mas para todas as mulheres que foram vítimas de violência e feminicídio”, declarou.

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