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porto velho, quarta-feira 27 de novembro de 2024
FLÓRIDA - Um jovem obcecado por armas, conhecido pelo mau comportamento e que acabou sendo expulso da escola.
Assim está sendo definido Nikolas Cruz, de 19 anos, apontado como o responsável por invadir nesta quarta-feira o colégio público Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, com um fuzil AR-15 nas mãos e abrir fogo contra alunos e professores, deixando ao menos 17 pessoas mortas.
Segundo a polícia, ele tentou fugir, mas foi detido, levado a um hospital e, em seguida, para uma unidade policial, onde está sob custódia.
Cruz aparece empunhando armas em diferentes fotos postadas em uma das contas que mantinha no Instagram, agora desativadas. De acordo com o jornal Miami Herald, se vangloriava por atirar em ratos e era um visto como um "adolescente problema", que tinha poucos amigos.
O jovem adquiriu má fama na escola devido a seu comportamento. Um aluno, Chad Williams, de 18 anos, disse à agência de notícias Reuters que sabia da paixão do colega por armas e que com frequência ele disparava o alarme de incêndio para provocar tumulto, por exemplo.
Segundo relatos surgidos até agora, Cruz chegou a ameaçar colegas enquanto estudou ali. A polícia diz que ele foi expulso da escola por infrações disciplinares, mas não detalhou quais. No colégio, conta-se que sua saída teria ocorrido após o jovem ter sido flagrado com munição.
Parkland fica a 70 km ao norte de Miami, em uma região que concentra brasileiros.
Muitos filhos de imigrantes estudam na escola, que tem 3 mil alunos, mas, de acordo com o consulado, não há brasileiros entre as vítimas — embora muitos terem testemunhado o ataque.
Um jovem isolado
Chad Williams definiu Cruz como um aluno isolado. "Não tinha muitos amigos", disse à Reuters.
"Ele teve problemas no último ano, no qual ameaçou outros alunos. Acho que foi convidado a deixar a escola", disse o professor de matemática Jim Gard ao jornal Miami Herald.
Gard afirmou ainda que o colégio encaminhou um email alertando os professores sobre ameaças do então aluno.
De acordo com a publicação, pessoas próximas dizem que ele falava pouco com a família. Tanto Nikolas quanto o irmão, conta, foram adotados na infância por Lynda e Roger Cruz. O casal era de Long Island, em Nova York, mas criou os meninos em Parkland.
Após a morte de Roger, há cerca de dez anos, Lynda batalhou para cuidar dos filhos, afirmou sua ex-cunhada, Barbara Kumbatovich.
"Ela fez o melhor que podia. Eles eram adotados e tinham problemas emocionais", relatou ao Miami Herald.
Lynda teria morrido de pneumonia em novembro passado, segundo a imprensa americana.
Postagens preocupantes
A obsessão de Cruz por armas é destacada por seus ex-colegas.
"Tudo que ele posta é sobre armas. É doentio", diz Matthew Walker à rede americana ABC.
"Ele só falava de armas, facas e caça", disse Joshua Charo, 16, seu ex-colega de classe no ensino médio. "Não posso dizer que fiquei chocado. Com base nas experiências passadas, ele parecia ser o tipo de pessoa que faria algo assim", afirmou ao Miami Herald.
Depois do ataque, imagens supostamente copiadas de duas contas atribuídas a Cruz no Instagram começaram a circular na internet. Os perfis acabaram apagados.
Uma das fotos mostrava uma caixa de munição e outra, rifles sobre uma cama. Em várias imagens, um homem usando uma máscara empunha facas diante da câmera.
O chefe da polícia local, Scottl Israel, disse que foram feitas varreduras nos perfis de Cruz nas redes sociais. Segundo ele, o conteúdo era "perturbador".
"Já começamos a dissecar os sites e as redes sociais que ele usava. Encontramos algumas coisas muito, muito perturbadoras", observou Israel, sem detalhar o material.
Apesar dos relatos de ameaças, de mau comportamento e da obsessão por armas, autoridades dizem que não havia nenhum indicativo nem denúncias de que Cruz seria capaz de perpetrar um ataque como o desta quarta-feira.
"Não houve alerta, nenhum telefonema ou ameaça, que a gente saiba, de que isso aconteceria", disse Robert Runcie, superintendente das escolas do condado de Broward.
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